Há profissionais e outros
que falam com eles…
Há
obras bem feitas e naturalmente são de aplaudir, outras são de tal forma
aberrantes que não lembra a ninguém que elas tivessem sido alguma vez construídas.
As
coisas no papel por vezes são bem diferentes daquilo que vão surgir no terreno
e se os decisores não tiverem o mínimo de conhecimento técnico de forma a poder
interpretar o que os arquitetos lhes apresentam aprovarão qualquer boneco que
lhes ponham à frente.
Os
gostos não se discutem e como tal o que é bonito para mim pode ser horrível para
outros, mas há uma coisa que se discute é a utilidade das coisas e,
naturalmente, o seu custo.
Há
anos que ando a matutar neste assunto e gostaria que alguém me conseguisse
convencer da mais-valia arquitetónica de terem construído um muro entre o Largo
de Jesus e a Avenida 22 de Dezembro, cerceando a vista daquele espaço e sobretudo
gostaria de perguntar ao autor desse projeto qual foi a ideia de colocar uma
fonte decorativa num local do largo onde não seria vista por praticamente
ninguém.
Um
trabalho onde se utilizaram materiais nobres, nomeadamente o granito polido, é
um espaço onde a água já não corre e onde a beleza do granito foi substituído pelas
borradelas de alguns a quem o dinheiro é fácil de conseguir para a compra de
tintas.
Mas,
os anos já vividos em múltiplas experiencias
já não me permitem deixar de admirar com muito pouco. Por isso, não estranhei
ter de habituar o meu olfato ao nauseabundo pivete a urina que emanava daquele
local, onde em tempos de inauguração esteve uma fonte decorativa.
Como
em todas as profissões existem os profissionais e os outros que falam com eles
e convencem-se por isso que também o são. O pior é que também esses nos vão aos
bolsos…
Rui
Canas Gaspar
2014-setembro-07
www.troineiro.blogspot.com
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