O misterioso
templo maçónico setubalense
No palácio Botelho Moniz, em Setúbal, onde hoje se encontram as Missionárias da Caridade (irmãs de Calcutá) organização cristã que apoia um conjunto de crianças
carenciadas, podemos encontrar em estado bastante deteriorado um misterioso
local, que muito provavelmente funcionou como um Templo da Maçonaria, a Gruta
de Santo António.
A gruta de Santo António é uma construção em forma de galeria,
podendo-se encontrar na sua entrada uma abertura em forma de cripta lembrando a
entrada da Lapa do Médico, existente na Serra da Arrábida.
Sobre esta entrada encontra-se a inscrição “Porta de Santo
António”.
O visitante entrava naquele espaço através de uma escada
construída em ferro e envolta por uma estufa decorada com vidros coloridos.
Ao alto e de lado podemos observar uma entrada de luz com um
pentagrama, o mais conhecido símbolo esotérico tão caro aos maçons, um símbolo que
está também presente nos rituais e nos Templos.
O piso da gruta artificial desenvolve-se de forma nivelada num
espaço interior e único em formato de corredor. Frente a cada vão de iluminação
encontram-se painéis de forma oval, executados em azulejos de cor branca com
cercadura em azul, imitando espelhos. Para completar ainda mais a beleza deste
local um pequeno lago foi também construído no seu interior.
A gruta de Santo António é bem mais do que uma simples peça
decorativa ela faz parte de todo um conjunto com significado oculto composto
por um jardim iniciático ligado ao esoterismo e à maçonaria.
Esta estranha construção é baseada na alegoria da Caverna de
Platão que no culto maçónico simboliza a criação do cosmos, do caos para a
ordem, da escuridão para a luz.
A gruta teria sido construída para representar um templo maçon
daí o poço iniciático de onde o iniciado teria de subir, vindo das trevas, para
a luz, representada pelo terraço onde se encontravam reunidos encontrava um
trono ocupado pelo mestre-de-cerimónias, passando pela zona intermédia
representada pela escada protegida pela estufa.
Esta estranha construção, cujas janelas/miradouro podemos
observar na Avenida General Daniel de Sousa, encontra-se em avançado estado de
degradação, o que é verdadeiramente lamentável dado constituir uma peça única do
nosso património edificado.
Rui Canas Gaspar
2014-abril-08
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