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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Será que esta é uma sugestão disparatada?

Neste final de semana em que parece que a Primavera tirou férias e foi substituída por dias cinzentões e chuvosos, Setúbal continua a receber turistas, provavelmente não em tão grande quantidade como seria desejável para uma cidade como a nossa.

Ao mesmo tempo que ontem entrava na barra do nosso porto o enorme Berge Stahl, com os seus 342,08 de comprimento e com capacidade para transportar 364,767 toneladas de carga, vindo para Setúbal com o objetivo de efetuar trabalhos de manutenção nos estaleiros navais da Lisnave, chegavam frente ao cais nº 1 cinco camiões/caravana, de matricula francesa, transportando um grupo de cerca de duas dezenas de pessoas de todos os escalões etários.

Crianças, adolescentes e adultos aproveitaram de imediato um espaço de tempo em que o sol brilhou para se familiarizarem com o local, deliciarem-se com a vista dos barcos que saiam para a pesca, com a chegada do grande cargueiro e até com o cardume visível nas águas do Sado junto ao “EVORA”.

Tinham aparência de pessoas um pouco desleixadas, no entanto, efetivamente tratavam-se de gente extremamente educada, conforme os funcionários do Bowling de Setúbal, onde passaram algum do seu tempo tiveram oportunidade de comprovar.

No outro lado do edifício de apoio aos pescadores reparei que estacionavam 14 autocaravanas, de diversas nacionalidades, com uma frequência considerável de entrada e saída destas viaturas, o que indicia que algumas dezenas delas estejam a utilizar frequentemente aquele espaço.

Conversando com um industrial de hotelaria com estabelecimento naquela zona, o mesmo mostrou-se visivelmente satisfeito com a situação, porquanto são mais potenciais clientes que frequentam alguns dos restaurantes locais, enquanto que outros caravanistas vão fazer as suas compras aos supermercados setubalenses e ao mercado municipal.

Cada um viaja como quer e como pode e Setúbal deve receber bem todos aqueles que nos visitam e faze-los bem-vindos, venham estes forasteiros de mochila às costas, em autocarros de turismo, de autocaravana, de veleiro ou futuramente em grandes navios de cruzeiro.

No caso das autocaravanas, penso tratar-se de um nicho de mercado que pode e deve ser bem aproveitado e para isso nada melhor do que proporcionar as melhores condições de higiene e conforto a essas pessoas, que não devem ser nenhuns “pés rapados” sendo que se o fossem teriam o mesmo direito que os mais abonados e deveríamos dispensar-lhes o mesmo tipo de atenção.

Posto isto, e porque podemos estar em presença de mais uma fonte de receita para o depauperado comércio local e de um enorme potencial de agentes divulgadores das “coisas de Setúbal” julgo ser este o momento oportuno, para que numa operação urbanística de quase custo zero a cidade sair a ganhar.

Para isso sugiro que seja reservado, na ultima zona de intervenção do PUA, um espaço um pouco mais dilatado do que o atualmente utilizado junto aos cacifos dos pescadores, reservado às autocaravanas.

Como apoio à higiene o PUA já tem adequadas instalações sanitárias que poderiam ser completadas com algumas cabines de duche e colocadas na zona meia dúzia de tomadas elétricas. Uma pequena taxa a pagar pelos auto caravanistas pela utilização dos serviços poderia ser naturalmente  implementada.

O espaço existe, as infra estruturas também, a ideia aqui apresentada pode ser aproveitada isenta de direitos de autor. Haja então vontade e visão para aproveitar mais esta oportunidade que se depara à nossa terra, tenham os nossos governantes agora a iniciativa de a colocar em prática se não acharem esta sugestão disparatada.

Rui Canas Gaspar
2014-abril-04

Ainda não perceberam que não basta visitar Setúbal entrando por um lado da serra e saindo do outro, que é necessário criar condições para fixar os vários nichos de turistas ? Arranjem um local para a pernoita condigna das autocaravanas a exemplo das muitas que existem por toda a Europa e de algumas em Portugal. " Nos anos 70, nascia em Portugal o maior empreendimento turístico de sempre. " Há uma nova realidade emergente no mundo do turismo: o autocaravanismo, expressão moderna do turismo itinerante e de natureza! 
Nos países onde há apuramento estatístico do número de autocaravanas vendidas (que não é o caso de Portugal), este segmento de turismo tem vindo a crescer a taxas próximas dos 20% ao ano. Estima-se que existam actualmente em circulação na Europa cerca de 2 milhões de autocaravanas. Em Espanha calcula-se que entrem no país 450 mil autocaravanas por ano, o que corresponderá a mais de 1 milhão de 

turistas, muitos deles na época baixa. 
O autocaravanismo é um movimento de expressão europeia em acelerada expansão, com indiscutível relevância económica, social e cultural para o desenvolvimento local, especialmente das regiões de menor densidade turística. O autocaravanismo não é uma espécie de turismo de indigentes, até pelo seu custo, é uma filosofia de vida que se não restringe ao campismo. 

Para a economia regional, o autocaravanismo pode ser um pilar fundamental do desenvolvimento turístico, já que: 1 - O autocaravanista é um consumidor local com um poder de compra superior à média; 2 autocaravanista é um coleccionador de memórias e um agente de marketing territorial com uma eficácia sem igual; 3 O autocaravanista é um turista que circula ao longo de todos os meses do ano; 4 O autocaravanista é um turista alternativo, no sentido em que mais do que um consumidor de praia, é um consumidor de cultura e da natureza, percorrendo cidades, vilas, aldeias e espaços naturais situados fora dos circuitos turísticos de massas; 5 O autocaravanista é um turista ecológico. É um amante da natureza e, consequentemente, cuida da sua preservação 

Silvia Machado Marrafa


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