Será que queremos mesmo
ter turismo em Setúbal?
De
que serve estarmos a promover a nossa região interna e externamente, gastando
largos milhares de euros na sua divulgação se não temos capacidade para investir
algumas poucas centenas na qualidade do produto que nos propomos comercializar?
Quando
estamos a vender a imagem desta belíssima região, mostramos os poucos
monumentos que temos, publicitamos a saborosa gastronomia e os vinhos regionais
e sobretudo as nossas magníficas belezas naturais.
Aqueles
a quem conseguimos cativar o interesse deslocam-se aqui para apreciar ao vivo
aquilo que é anunciado, o que é naturalmente legítimo e expectável. O que não é
legítimo é defraudar as expectativas de quem aqui se desloca propositadamente.
Por
exemplo:
Não
é legítimo publicitar o nosso saboroso peixe assado e haver alguns comerciantes
que nos tentam servir impunemente peixe congelado de vários dias misturado com
peixe fresco.
Também
não será boa propaganda turística deixarmos que as largas centenas de auto caravanistas
que nos visitam anualmente não tenham espaço próprio para parquear as suas
viaturas, pagando ou não a ocupação do respetivo espaço.
Igualmente
não faz qualquer sentido apontarmos como visita obrigatória a nossa maravilhosa
Serra da Arrábida e, já lá vão não sei quantos anos, que os poucos miradouros
existentes no alto da serra se encontram no miserável estado que a foto
documenta.
Há
coisas que são de fácil resolução e ao não serem resolvidas fazem potenciar o
fator negativo que nada vai abonar o turismo e como tal em nada irá
contribuir para uma boa imagem que se deseja.
As
consequências são fáceis de adivinhar:
-
Os “chicos espertos” que servem peixe congelado como sendo fresco acabam por
perder clientes e cedo ou tarde terão de fechar a tasca, culpando a “crise”.
-
A Autarquia sadina que ainda não investiu na construção de um espaço próprio
para as autocaravanas, uma fonte de receita que rapidamente compensaria o
investimento, perde dinheiro todos os dias e turistas que pouco tempo por cá
ficarão.
-
O Parque Natural da Arrábida deve ter umas finanças tão miseráveis que ainda
não conseguiu adquirir três ou quatro metros cúbicos de alcatrão para reparar
convenientemente os miradouros, transmitindo assim uma imagem de desleixo e de
falta de profissionalismo dos seus responsáveis.
O
tempo quente chegou e com ele os turistas. Saibamos recebê-los bem e saibamos
solucionar os pequenos problemas que se colocam ao setor de forma eficiente e
célere, porque os tempos que correm não se compadecem nem com gente mole, nem
com chique-espertice.
Rui
Canas Gaspar
2015-maio-10
www.troineiro.blogspot.com
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