Muitos
mortos e feridos no Terramoto de Setúbal
Pequenos abalos já teriam
sido sentidos no dia anterior e durante a noite. Porém o que a população não
esperava é que naquele dia 11 de novembro de 1858 Setúbal fosse sacudida de forma
tão violenta por um terremoto de 7.1
O Bairro de Troino
ficou praticamente em ruínas e a Fonte Nova viu muitos dos seus edifícios
ficarem seriamente danificados, havendo até relatos que a Praça do Sapal (atual
Praça de Bocage) viria a sentir os efeitos desse forte abanão vindo a Igreja de
S. Julião a registar fendas e ornatos caídos da fachada.
Até o Convento de Jesus
ficou mais danificado com este terremoto do que com aquele outro ocorrido em
1755.
Às sete horas da manhã
daquele dia 11 de novembro, Setúbal encontrava-se apenas a 30 quilómetros do
epicentro pelo que os efeitos do abalo aqui se fizeram sentir com maior
intensidade do que em quaisquer outras zonas do país.
Foram as casas mais
modestas que mais sofreram e dos montes de escombros foram muitas as vítimas
mortais, bem como grande número de pessoas que ficaram feridas, algumas com
gravidade.
Os sobreviventes
trataram de montar barracas junto à praia, enquanto as pilhagens aconteciam um
pouco por todo o lado. Para cúmulo da desgraça, o mau tempo que se fazia sentir naquele final
de ano originava uma tragédia terrível com muitas pessoas feridas, sem terem de
vestir, abrigar-se, ou mesmo que comer.
Foram necessários dois
anos para que fossem reerguidas 181 casas e isso foi possível graças a muita
solidariedade dos setubalenses com o apoio dos seus vizinhos palmelenses que
forneceram boa parte dos materiais de construção provenientes do antigo
convento de Palmela.
Para assinalar estas novas
casas foi mandado colocar uma peça de azulejo com o seguinte: “Beneficência 11
de Novembro de 1858” que ainda hoje podemos ver numa ou outra fachada da cidade
sadina.
As casas hoje estão construídas
para melhor poderem responder a terramotos do que aquelas outras que passaram
pelo de 1755 e 1858, no entanto, e porque outro terramoto virá sem previamente se
fazer anunciar, convém que estejamos minimamente preparados, nem que seja com a
já muito badalada mochila de emergência, também conhecida por kit 72 horas, mas
esse é um assunto que depois trataremos.
Rui
Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
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