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terça-feira, 9 de setembro de 2014

As três jovens setubalenses, Terra, Mar e Poesia, vão apresentar-se em toda a sua beleza

Naquele dia 25 de julho de 1960 a Avenida Luísa Todi apresentava-se amplamente engalanada destacando-se um grande pórtico que assinalava condignamente a entrada na Feira de Santiago.

Um pouco antes de chegarmos ao recinto da feira, que se situava entre as duas principais e emblemáticas salas  de cinema da cidade, o Salão e o Casino, algo mais chamava a atenção popular. Tratava-se de uma “fonte luminosa” oficialmente batizada como “Fonte do Centenário” erigida graças à dinamização do jornal “O Setubalense” e à generosidade da população local.

O momento revestia-se de tal importância que o mais alto magistrado da Nação deslocou-se propositadamente a Setúbal. Foi portanto o Presidente da República, Almirante Américo Thomás que cortou a fita assinalando a inauguração deste monumento. Uma “banheira” redonda decorada com os treze brasões dos concelhos do Distrito de Setúbal, esculpidos em mármore.

O tempo passou e, no dia 12 de junho de 1971, chegavam a Setúbal três simpáticas jovens que sem qualquer preconceito se despiram publicamente, saltaram para o centro da “banheira” e, vamos lá nós saber porquê, nunca mais de lá quiseram sair.
A população de Setúbal familiarizou-se de tal modo com as descontraidas moças que até as passaram a conhecer pelos seus simpáticos nomes de: Terra, Mar e Poesia.

Mas, com tanto banho tomado, a água tem de ser frequentemente mudada e, curiosamente, as outrora meninas, hoje já respeitáveis senhoras, de vez em quando têm de ir à depilação, devido à visível pilosidade que vai aparecendo nos locais mais impróprios, tornando as suas elegantes figuras pouco agradáveis à vista.

E, foi assim que hoje dia 9 de setembro deste ano de 2014 verificamos que uma equipa de cerca de uma dezena de especialistas em matéria de beleza, apoiados por três viaturas, estavam de volta da “banheira” e das meninas, pelo que não é de admirar que ao final do dia tenhamos de novo a Terra, Mar e Poesia bem limpas e lustrosas quase como naquele dia em que o Almirante e seus acompanhantes as puderam  ver como foram dadas à luz.

Rui Canas Gaspar
2014-setembro-09

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