Valha-nos ao menos a Mãe
Natureza
Quem
passe pela Avenida 22 de Dezembro, imediatamente antes de desviar o olhar para
o Largo de Jesus não fica indiferente a uma enorme montanha verde que cobre a
totalidade dos alçados lateral direito e posterior bem como do telhado de uma
antiga habitação de um único piso.
Nesses
alçados os “borra-paredes” vêm o seu trabalho dificultado pelas verdes eras que
os cobrem, o que não se passa, por exemplo, com os alçados principal e lateral
direito.
Muitas
pessoas interrogam-se sobre o porquê desta situação e sobre o motivo do proprietário
não proceder às necessárias obras de restauro do imóvel.
Desconheço
em absoluto quais os motivos, mas não me custa admitir que os mesmos se prendam
com a falta de dinheiro e no caso de conseguirem o financiamento necessário
para tal, a rentabilidade do esforço despendido.
Por
vezes as heranças têm destas coisas, em vez de benefício, trazem-nos problemas
agravados, tanto mais que em situações como a presente, não se pode fazer
qualquer tipo de intervenção, dado estar no perímetro de proteção ao Mosteiro
de Jesus e como tal todos os pormenores têm de ser devidamente apreciados.
E
foi por isso, que um amigo questionando alguém da Autarquia sobre porque não
derrubar o imóvel, ampliando aquele largo e fazendo um parqueamento automóvel
de apoio àquela deficitária zona, lhe foi respondido que o edifício era
propriedade particular, coisa que todos sabemos.
O
que não sabemos é se a entidade pública que tutela estas questões alguma vez
aprovará que se derrube o edifício que se encontra quase em ruinas para ali
deixar fazer a ampliação do largo, um parque de estacionamento ou alguma outra
construção que não a reabilitação da que lá se encontrava.
A
Lei tem destas coisas, às vezes serve para facilitar e organizar a vida social
dos cidadãos, outras para complicar ainda mais aquilo que já de si não é de
fácil resolução.
Enquanto
isto, o tempo vai encarregando-se de destruir o que resta da habitação e, por
outro lado, a Mãe Natureza vai fazendo o seu benéfico trabalho de cobrir de
forma harmoniosa e bela as asneiras humanas.
Rui
Canas Gaspar
2014-setembro-26
www.troineiro.blogspot.com
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