notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Valha-nos ao menos a Mãe Natureza

Quem passe pela Avenida 22 de Dezembro, imediatamente antes de desviar o olhar para o Largo de Jesus não fica indiferente a uma enorme montanha verde que cobre a totalidade dos alçados lateral direito e posterior bem como do telhado de uma antiga habitação de um único piso.

Nesses alçados os “borra-paredes” vêm o seu trabalho dificultado pelas verdes eras que os cobrem, o que não se passa, por exemplo, com os alçados principal e lateral direito.

Muitas pessoas interrogam-se sobre o porquê desta situação e sobre o motivo do proprietário não proceder às necessárias obras de restauro do imóvel.

Desconheço em absoluto quais os motivos, mas não me custa admitir que os mesmos se prendam com a falta de dinheiro e no caso de conseguirem o financiamento necessário para tal, a rentabilidade do esforço despendido.

Por vezes as heranças têm destas coisas, em vez de benefício, trazem-nos problemas agravados, tanto mais que em situações como a presente, não se pode fazer qualquer tipo de intervenção, dado estar no perímetro de proteção ao Mosteiro de Jesus e como tal todos os pormenores têm de ser devidamente apreciados.

E foi por isso, que um amigo questionando alguém da Autarquia sobre porque não derrubar o imóvel, ampliando aquele largo e fazendo um parqueamento automóvel de apoio àquela deficitária zona, lhe foi respondido que o edifício era propriedade particular, coisa que todos sabemos.

O que não sabemos é se a entidade pública que tutela estas questões alguma vez aprovará que se derrube o edifício que se encontra quase em ruinas para ali deixar fazer a ampliação do largo, um parque de estacionamento ou alguma outra construção que não a reabilitação da que lá se encontrava.

A Lei tem destas coisas, às vezes serve para facilitar e organizar a vida social dos cidadãos, outras para complicar ainda mais aquilo que já de si não é de fácil resolução.

Enquanto isto, o tempo vai encarregando-se de destruir o que resta da habitação e, por outro lado, a Mãe Natureza vai fazendo o seu benéfico trabalho de cobrir de forma harmoniosa e bela as asneiras humanas.

Rui Canas Gaspar
2014-setembro-26

www.troineiro.blogspot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário