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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O emblemático miradouro da Várzea de Setúbal vai entrar em obras?

Será que finalmente alguém percebeu que se queremos ter uma cidade que de entre outras vertentes sócio/económicas terá de apostar fortemente no turismo e que para isso não basta apresentarmos a quem nos visita o que a natureza generosamente nos colocou à disposição, mas que teremos de fazer também a nossa parte?

Será que se deram conta de que para a cidade se tornar atrativa não basta ter uma boa zona ribeirinha e um atraente e moderno centro comercial, mas que terá de ter uma zona histórica limpa, com vida e com os seus edifícios públicos e privados devidamente preservados para que o turismo cultural, que cada vez em maior escala demanda os países europeus, seja atraído para a nossa terra?

Igualmente deveremos preservar os poucos edifícios e obras de arte, tais como pórticos, fachadas, tanques, noras e demais construções que se encontravam nas antigas quintas, integrando-as e dando-lhes destaque e visibilidade nas novas zonas urbanas, tornando estas menos impessoais e com mais motivos de atratividade.

Dizer que Setúbal é uma localidade milenar e apresentar a quem nos visita e até mesmo aos nossos netos uma cidade onde quase não restam vestígios daquilo que por cá existiu no tempo dos nossos avós será saudável, credível e até vendável turisticamente?

Bem sei que o dinheiro não estica, que ele é escasso e não chega para tudo, mas penso que se continuar a apostar apenas e só em coisas novas, algumas delas de interesse e gosto por demais duvidoso e não se preservar o que nos foi legado pelos nossos antepassados, a curto prazo teremos uma cidade sem referências, sem memória e, como tal, sem interesse para quem nos visita e nos quer conhecer.

Por isso, oponho-me fortemente a que se não recupere o miradouro da várzea e o integre no novo parque urbano a construir naquele local e quero acreditar de que a esmagadora maioria dos setubalenses partilham da minha opinião.

Hoje, dia 19 de setembro de 2014 tive um sopro de esperança que isso possa vir a acontecer, porquanto tive oportunidade de verificar que uma equipa de trabalhadores estavam a preparar uma estrutura metálica na base desta obra de arte, parecendo-me que se estava a preparar um andaime para a envolver.

Sendo  assim e porque enquanto há vida há esperança, vamos acreditar que o “barro à parede” atirado por um vereador municipal apontando para gastos astronómicos com a recuperação (valores desprovidos de base consistente) não tenha pegado junto da opinião pública.

Esperemos para ver os próximos capítulos…



Rui Canas Gaspar
2014-setembro-19

www.troineiro.blogspot.com

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