O emblemático miradouro da
Várzea de Setúbal vai entrar em obras?
Será
que finalmente alguém percebeu que se queremos ter uma cidade que de entre
outras vertentes sócio/económicas terá de apostar fortemente no turismo e que
para isso não basta apresentarmos a quem nos visita o que a natureza
generosamente nos colocou à disposição, mas que teremos de fazer também a nossa
parte?
Será
que se deram conta de que para a cidade se tornar atrativa não basta ter uma
boa zona ribeirinha e um atraente e moderno centro comercial, mas que terá de
ter uma zona histórica limpa, com vida e com os seus edifícios públicos e
privados devidamente preservados para que o turismo cultural, que cada vez em
maior escala demanda os países europeus, seja atraído para a nossa terra?
Igualmente
deveremos preservar os poucos edifícios e obras de arte, tais como pórticos,
fachadas, tanques, noras e demais construções que se encontravam nas antigas
quintas, integrando-as e dando-lhes destaque e visibilidade nas novas zonas
urbanas, tornando estas menos impessoais e com mais motivos de atratividade.
Dizer
que Setúbal é uma localidade milenar e apresentar a quem nos visita e até mesmo
aos nossos netos uma cidade onde quase não restam vestígios daquilo que por cá
existiu no tempo dos nossos avós será saudável, credível e até vendável
turisticamente?
Bem
sei que o dinheiro não estica, que ele é escasso e não chega para tudo, mas penso
que se continuar a apostar apenas e só em coisas novas, algumas delas de
interesse e gosto por demais duvidoso e não se preservar o que nos foi legado
pelos nossos antepassados, a curto prazo teremos uma cidade sem referências,
sem memória e, como tal, sem interesse para quem nos visita e nos quer
conhecer.
Por
isso, oponho-me fortemente a que se não recupere o miradouro da várzea e o
integre no novo parque urbano a construir naquele local e quero acreditar de
que a esmagadora maioria dos setubalenses partilham da minha opinião.
Hoje,
dia 19 de setembro de 2014 tive um sopro de esperança que isso possa vir a
acontecer, porquanto tive oportunidade de verificar que uma equipa de
trabalhadores estavam a preparar uma estrutura metálica na base desta obra de
arte, parecendo-me que se estava a preparar um andaime para a envolver.
Sendo
assim e porque enquanto há vida há
esperança, vamos acreditar que o “barro à parede” atirado por um vereador
municipal apontando para gastos astronómicos com a recuperação (valores desprovidos
de base consistente) não tenha pegado junto da opinião pública.
Esperemos
para ver os próximos capítulos…
Rui
Canas Gaspar
2014-setembro-19
www.troineiro.blogspot.com
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