Junto ao Porto de Setúbal
as Conservatórias já estão em contentores
Quem
se deslocar às Conservatórias do Registo Predial de Setúbal ou à Conservatória
do Registo Automóvel, que até há pouco tempo funcionavam na Palácio da Justiça,
é agora surpreendido com uma vedação em chapa metálica a todo o perímetro do
edifício, deixando aberto apenas um túnel de entrada para os utentes do
Tribunal.
Quanto
às Conservatórias encontrará vários avisos afixados nas chapas de vedação
encaminhando para uns contentores localizados nas traseiras do edifício, um
equipamento móvel agora muito em voga em Portugal.
As
obras no Palácio da Justiça irão decorrer durante ano e meio a dois anos, e
aquele relativamente novo edifício, construído para aquela finalidade irá ver o
seu interior parcialmente destruído para o adaptar a novas funcionalidades, as
quais já não incluirão as Conservatórias.
Sendo
assim, ou os contentores provisórios, passarão a definitivo, ou então aqueles
Serviços terão de, mais uma vez, mudar de poiso.
É
claro que quem beneficia com todo este processo não naturalmente as senhoras
funcionárias, pois assim não gastarão dinheiro em ginásio, dado que elas
próprias terão de arcar com as mudanças e se quiserem apresentar-se bem
limpinhas e arranjadinhas terão de varrer e passar a esfregona o seu espaço de
trabalho, como aconteceu agora com os contentores para onde se mudaram.
Nesta
questão da Reforma Judicial de que tanto se tem falado, com tribunais a fechar
e outros a sofrerem obras, com toneladas de papéis a mudar de um lado para o
outro, já nem os funcionários chegam para tanta mudança e foi necessário
recorrer às Forças Armadas.
Mais
uma vez fiquei surpreendido com o facto, porque é do domínio público que em
Portugal as empresas de segurança privada dispõem de mais de 50 mil elementos,
enquanto as F.A.P. ficam-se pelos 30 mil, sem pessoal militar suficiente para garantir
a segurança dos próprios equipamentos, como é o caso das instalações do Pol
NATO em Almada, tendo-se recorrido à
segurança privada.
Porém,
espantou-me ver na TV militares de camuflado andarem a levar montes de papelada
de um lado para o outro, em Lisboa, devido a estas esquisitas mudanças, em vez
destes homens estarem afetos àquilo para que estão de facto vocacionados, ou
seja para as questões de ordem militar.
Tanta
mudança, tanta troca de funções, tanta confusão, que qualquer comum mortal não
pode deixar de ficar confuso com o que se passa na sua terra e eu não consigo escapar
à regra.
Rui
Canas Gaspar
2014-setembro-05
www.troineiro.blogspot.com
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