Conhece a Palhavã ?
Corria
o ano de 1936 quando a Câmara Municipal de Setúbal decidiu apoiar os tradicionais
festejos que se realizavam em Setúbal por altura dos santos populares, no tempo em que se faziam fogueiras nas ruas e à volta das mesmas a população convivia alegremente
até quase ao nascer do sol.
Para
isso disponibilizou mastros, bandeiras e até iluminação elétrica para os
diversos lugares da cidade que decidissem aderir à iniciativa, que culminaria
com um concurso de marchas populares.
E
foram cinco os grupos que se organizaram e decidiram entrar no concurso desfilando
com as suas marchas: Olhos d’Água, Travessa da Saúde, Largo das Machadas, Rua
Direita e Largo da Portuguesa foram as marchas pioneiras setubalenses.
Na
taberna do Nabiça, onde hoje funciona a Tasquinha do Rui, na Rua José Carlos da
Maia, 88, cinco setubalenses entusiasmados com o evento realizado, decidem transformar
a comissão que se tinha proposto engalanar aquela zona da cidade no Rancho
Folclórico da Palhavã, tratando de escolher para seu patrono S. João.
No
ano seguinte, em 1937 o novo grupo apresentava-se a concurso com a sua própria
marcha que haveria de ao longo dos anos ser o principal elemento identificativo
daquela popular coletividade.
Os
seus dirigentes trataram de conseguir uma sede para o seu grupo e para o efeito
adquiriram as velhas instalações do nº 146 da Rua José Carlos da Maia, em cujo
primeiro andar foram confecionados os arcos e trajes com que pela primeira vez
desfilaram.
As
velhas instalações, compradas a prestações, foram recuperadas e alindadas. Foi
ali que se prepararam novas marchas e muitos bailaricos foram levados a efeito
ao longo de vários anos.
Muitos
namoricos acabaram em casamento e o contrário também é verdade com alguns
outros desfeitos devido a novos amores despontados ao som de embaladas
melodias.
Anos
mais tarde e já com uma organização solidificada, muda-se para novas e mais
consentâneas instalações, sedeadas na antiga Rua do Castelo Prolongamento
entretanto rebatizada como Rua do Clube Recreativo da Palhavã.
Mais
de três quartos de século passados e a Palhavã continua a ser uma referência no
panorama cultural e desportivo setubalense, de raiz estritamente popular.
Rui Canas Gaspar
2014-maio-03
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