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sábado, 3 de maio de 2014

Conhece a Palhavã ?

Corria o ano de 1936 quando a Câmara Municipal de Setúbal decidiu apoiar os tradicionais festejos que se realizavam em Setúbal por altura dos santos populares, no tempo em que se faziam fogueiras nas ruas e à volta das mesmas a população convivia alegremente até quase ao nascer do sol.

Para isso disponibilizou mastros, bandeiras e até iluminação elétrica para os diversos lugares da cidade que decidissem aderir à iniciativa, que culminaria com um concurso de marchas populares.

E foram cinco os grupos que se organizaram e decidiram entrar no concurso desfilando com as suas marchas: Olhos d’Água, Travessa da Saúde, Largo das Machadas, Rua Direita e Largo da Portuguesa foram as marchas pioneiras setubalenses.

Na taberna do Nabiça, onde hoje funciona a Tasquinha do Rui, na Rua José Carlos da Maia, 88, cinco setubalenses entusiasmados com o evento realizado, decidem transformar a comissão que se tinha proposto engalanar aquela zona da cidade no Rancho Folclórico da Palhavã, tratando de escolher para seu patrono S. João.

No ano seguinte, em 1937 o novo grupo apresentava-se a concurso com a sua própria marcha que haveria de ao longo dos anos ser o principal elemento identificativo daquela popular coletividade.

Os seus dirigentes trataram de conseguir uma sede para o seu grupo e para o efeito adquiriram as velhas instalações do nº 146 da Rua José Carlos da Maia, em cujo primeiro andar foram confecionados os arcos e trajes com que pela primeira vez desfilaram.

As velhas instalações, compradas a prestações, foram recuperadas e alindadas. Foi ali que se prepararam novas marchas e muitos bailaricos foram levados a efeito ao longo de vários anos.

Muitos namoricos acabaram em casamento e o contrário também é verdade com alguns outros desfeitos devido a novos amores despontados ao som de embaladas melodias.

Anos mais tarde e já com uma organização solidificada, muda-se para novas e mais consentâneas instalações, sedeadas na antiga Rua do Castelo Prolongamento entretanto rebatizada como Rua do Clube Recreativo da Palhavã.

Mais de três quartos de século passados e a Palhavã continua a ser uma referência no panorama cultural e desportivo setubalense, de raiz estritamente popular.



Rui Canas Gaspar

2014-maio-03

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