Vejam Setúbal, tirem a
prova…
Sem
margem para dúvidas que ao porto da luminosa Lisboa podem aportar os mais
modernos e enormes paquetes de cruzeiro vindos de todo o mundo, com os muitos
turistas que se irão deliciar não só com os pastéis de Belém, mas sobretudo com
o rico património histórico da capital portuguesa.
Mas,
não tenhamos quaisquer dúvidas que é o porto de Setúbal que está vocacionado
para receber os grandes barcos cargueiros que aqui podem embarcar e desembarcar
as mercadorias não menos importantes para o desenvolvimento da economia
portuguesa.
O
nosso porto dispõe de capacidade mais que suficiente para atrair novos operadores
portuários. Os seus cais estão dotados das necessárias infraestruturas de apoio
a que até nem falta a ligação ao caminho-de-ferro para o transporte de
mercadorias.
Os
nossos cais são amplos e permitem sem quaisquer obras ou custos adicionais
passar a receber, de entre outras, as milhares de viaturas do novo modelo a
fabricar pela AUTOEUROPA destinadas à exportação.
Um
pouco mais a poente, noutro espaço, temos capacidade para receber muito mais
contentores do que atualmente o fazemos, igualmente sem ter de gastar mais
dinheiro em novos aterros, ou construções, dado que tudo, ou quase tudo, está
feito.
A
par de tudo isto, dispomos das condições ideais para receber o grande número de
embarcações de recreio que passam diariamente pela nossa costa, frente à nossa
barra, sem aqui entrar.
Temos
a capacidade técnica e os meios financeiros, se utilizarmos a inteligência, bem
como as possíveis parcerias entre o poder público e os privados, de forma a poder
fazer avançar a Marina de Setúbal que poderá representar mais um polo de
desenvolvimento regional e local.
Se
temos tudo isto, será que os políticos setubalenses estão a fazer tudo o que
podem de forma a fazer ressaltar perante os órgãos governamentais as reais potencialidades
desta região que tem vindo sistematicamente a ser preterida a favor de Lisboa?
Por
exemplo, para quê construir mais um espaço para contentores a pouco mais de umas
três dúzias de quilometros a norte do Sado quando aqui já o temos construído e
em funcionamento?
Será
que aqueles que nos têm andado a mandar apertar o cinto pensam que já estamos
ricos e que podemos voltar ao tempo do despesismo, fazendo o que não
necessitamos, como seja um outro cais para contentores junto às margens do Tejo?
Deixem
de perder tempo e dinheiro com “estudos” e mais “estudos” técnicos senhores
governantes deste nosso belo e laborioso país. Saiam dos vossos gabinetes e
venham a Setúbal, observem e constatem o que aqui se diz e se houver algum
investimento a fazer façam-no nesta terra de gente do rio e homens do mar,
porque os valores a despender são pequenos e o retorno significativo.
Esta
é a minha opinião discutida com gente da área e corroborada por eles. A
sugestão aqui expressa vale o que vale, ela é fundamentada na constatação de um
facto por parte de um leigo na matéria e troineiro de nascimento.
Rui
Canas Gaspar
2014-maio-05
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