Fui à Arrábida visitar os
meus amigos
Neste
agradável dia de Primavera o sol ainda não se tinha posto no horizonte lá para
as bandas da Serra do Risco, quando calmamente dirigia a minha viatura pela
estrada deserta da Serra da Arrábida.
A
aragem fresca do fim da tarde fazia abanar docemente as verdes moitas bem como a
folhagem de algumas árvores ao longo do
meu percurso.
Era
hora dos animais da serra procurarem alimento e o primeiro a cruzar-se com comigo
foi um simpático coelho, saltitando de rabinho arrebitado que atravessou a
estrada lá para as bandas do Creiro, vindo do alto da serra e dirigindo-se para
o lado da praia. Mas, acho que não
deveria ir tomar uma banhoca, pelo menos não levava toalha ao ombro.
Um
pouco mais à frente quase na entrada do caminho que vai para Alpertuche um
jovem raposinho encontrava-se à beira da estrada feito pedinte e, mal me viu
passar e abrandar logo veio ter comigo. Rapidamente chegou à conclusão que se
ele não tinha de comer a minha máquina fotográfica também não lhe servia de
alimento, sendo assim o melhor foi mesmo virar o rabo e ir embora.
Continuo
a conduzir devagar com a preocupação de inadvertidamente poder atropelar algum
destes amigos que nos aparecem na estrada, quando ao chegar junto do portão do
conventinho, encontro outra amiga, de pelo avermelhado e de bonita cauda
comprida, esta deveria ir jantar com o amigo Quirino, o guardião do convento. Ainda
me convidou, mas como não eram horas decentes, deixei-a ir só ela mesmo ter com
o nosso amigo.
O
sol já se tinha posto no horizonte, a sua luz ainda iluminava o caminho quando
já junto às antenas retransmissoras outro fugidio coelho se vai refugiar
rapidamente no mato, não aparecesse por ali alguma raposa matreira, daquelas
que não fazem parte do grupo de pedintes e nem o casaco de peles lhe deixasse.
Tinha
acabado de passar os fornos da Sécil quando me deparo com dois grandes e
bonitos cães em estado semisselvagem que junto à berma da estrada pareciam
descansar de alguma grande caminhada.
A
minha ronda pela serra-mãe estava quase a chegar ao fim quando a seguir à
Comenda um ágil gato preto entra pelo mato atrás de um negro melro, vamos lá
nós adivinhar o que é que ele queria…
E
pronto, a voltinha estava a terminar, sem antes deixar de ir marcar o ponto ao
Parque Urbano de Albarquel, onde outro meu amigo me esperava. Um lindo e
simpático gatinho amarelo e branco que tanto gosta das festas que lhe faço que
assim que me vê vem logo esfregar-se nas minhas pernas.
Bons
amigos estes de quatro patas que tenho na nossa Arrábida, sem desprimor para os
outros de duas “patas”, alguns deles por vezes não sendo bem o que parecem…
Rui
Canas Gaspar
2014-maio-28
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