Preservemos
o pouco que temos para mostrar
Este
Verão esteve em Setúbal, durante alguns dias, alojado numa unidade hoteleira
local, um casal amigo de nacionalidade norte-americana.
Durante
a sua estadia em Portugal, este casal teve oportunidade de conhecer um pouco de
todo o nosso país, mostrando-se maravilhado com o que aqui viu. Mas, foi particularmente
a Região de Setúbal que mais rasgados
elogios mereceu.
O
casal percorreu as Avenidas, ruas e vielas da nossa cidade, visitou alguns
monumentos religiosos e percorreu a zona envolvente da cidade do rio azul,
tendo saboreado, como não podia deixar de ser, a nossa saborosa gastronomia.
Conheciam
vários países europeus mas, sem favor, não tiveram pejo em afirmar que país
como este e região como a de Setúbal merecia a sua preferência, pelo que
recomendavam.
Hoje,
na Avenida Luísa Todi, junto às Águas do Sado, um casal que se deslocava numa
viatura de matricula portuguesa, chamou-me para pedir orientação. Tratava-se de
um casal de turistas brasileiros que desejavam saber qual o trajeto para Évora.
Como
era manhã cedo, claro que aproveitei, para elucidar os turistas ao mesmo tempo
que lhes questionava se já conheciam Setúbal. A simpática senhora respondeu que
esta era uma cidade moderna, ao que eu respondi que se tratava de uma localidade
com mais de mil anos. O automobilista franziu a testa e respondeu: - Não parece!
O que vimos aqui parece-nos construção recente…
Na
curta conversa que encetamos o casal partilhou que tinha visto um pouco das
ruas estreitas e bonitas (apontando para o Largo da Palmeira/Fonte Nova) graças
a um senhor que encontraram e que por acaso era funcionário da Câmara
Municipal.
Depois
das despedidas, dei comigo a pensar na diferença que existe entre Évora, uma
cidade com um património histórico bem preservado e Setúbal, uma cidade milenar
que pouco de histórico tem para mostrar a quem nos visita.
Mais
uma vez me veio à mente o muito discutido miradouro da Estrada dos Ciprestes e
a necessidade de o preservar.
Que
o pouco que temos e que mostra alguma coisa da evolução desta cidade ao longo
dos séculos possa ser resguardado e destacado de modo a que possamos apresentar
aos nossos vindouros e aos que nos visitam alguns marcos daqueles outros
setubalenses que nos precederam nesta antiga terra cada vez mais envolta de
vestes modernistas.
Rui
Canas Gaspar
2014-outubro-17
www.troineiro.blogspot.com
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