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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Se calhar estou a ser um velho de Troino…

Foi anunciado que a Câmara Municipal de Setúbal quer criar um campus da justiça em Setúbal, o qual tem já local escolhido, perto dos  Quatro Caminhos, na Avenida do Alentejo, nas antigas instalações das Estradas de Portugal.

Nesse campus, cuja proposta a Câmara já apresentou ao Governo, pretende-se juntar  os Comandos Distritais da P.S.P., da G.N.R., a Polícia Judiciária e até o Palácio da Justiça.

Se é um facto que ao juntar todos estes serviços num único local poderão ser feitas economias, não deixo de estranhar, no caso concreto do Palácio da Justiça, um edifício de construção recente feito propositadamente para a função já estar a sofrer profundas obras de reconversão, no valor de largos milhares de euros.

Mas mais apreensivo fico quando o Juiz Presidente do Tribunal da Comarca de Setúbal, afirma que mesmo depois das obras concluídas aquele espaço não irá servir melhor os interesses da Justiça.

Se a G.N.R. tem instalações velhinhas, se o Comando Distrital passou a funcionar nas antigas instalações do que foi o Governo Civil (que ainda ostenta a placa indicativa deste extinto organismo) se a P.J. ocupa as instalações de um antigo convento, julgava eu que o Tribunal estaria bem servido de instalações, mas pelos vistos não está, nem ficará depois das obras.

Se calhar não é então má ideia fazer-se o tal campus para acolher todos aqueles serviços, mas as questões que se nos podem colocar são simples:

Que fazer então com as instalações que ficarão devolutas, principalmente com o enorme edifício do Palácio da Justiça?

De onde virão os muitos milhões para o tal campus?

E já agora, teremos nós gente habilitada a planear o que quer que seja, quando um edifício recente, com obras de adaptação em curso, mesmo depois de concluídas não servem os fins em vista?

Esta ideia faz-me lembrar os malfadados edifícios construídos para a Casa Pia de Lisboa e que ainda não foram inaugurados e ali estão reluzentes à luz do sol nascente quais elefantes brancos, comilões de muitos dos nossos parcos euros.

Mas, se calhar sou eu que não estou a ver bem esta questão ou então estou a ser um velho de Troino, porque do Restelo não sou de certeza.

Rui Canas Gaspar
2014 – outubro – 01

www.troineiro.blogspot.com

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