Dois monumentos: Um brilha
na escuridão o outro afunda-se nas trevas
Está
agendado para sábado, dia 15 de agosto de 2015, o momento em que a Câmara Municipal de Palmela inaugurará um novo
sistema de iluminação que irá dar uma visibilidade completamente diferente e
ímpar ao seu vetusto castelo, tornando-o assim num marco referencial da nossa
região.
Enquanto
isso, o nosso “castelo” de Setúbal, o Forte de São Filipe, permanece envolto em
trevas profundas, tão profundas quanto as suas antigas galerias subterrâneas
que escondem o escoramento de parte da laje que podemos ver à superfície. Uma
obra com dezenas de anos e que não chegou a ser concluída.
No
início de maio deste ano, dirigi-me ao nosso forte, que se encontrava
encerrado, sem qualquer tipo de aviso sobre o porquê de tal suceder e mesmo ali
fui informado por alguém que vindo do interior me disse que o mesmo se
encontrava com obras de escoramento nas galerias subterrâneas e que a pousada
se encontrava também com intervenção, tendo encerrado em 1 de novembro de 2014 e reabrindo no dia 1 de maio.
Enquanto
isso, um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) dava
conta da necessidade de se proceder a obras urgentes de estabilização da
encosta, dado o perigo de derrocada da fortaleza.
O
facto é que chegamos ao mês de agosto e nem a pousada reabriu e parece que não
voltará a fazê-lo, nem sequer os portões do forte deixaram de estar fechados a
cadeado não permitindo que alguém tenha acesso àquele privilegiado miradouro
sadino.
Julgo
que o mais elementar direito de qualquer cidadão numa sociedade democrática, é
de facto o direito à informação e, como tal, considero incompreensível que não
seja colocado pela Autarquia um aviso no início da estrada de acesso ao forte
com a informação de que o mesmo está encerrado, seja porque motivo for.
Captarmos
turistas que venham até cá para fazer mais alguma coisa do que comer peixe
assado e choco frito é capaz de ser complicado e nem sequer vale a pena
estarmos a pensar em cais para navios de cruzeiro, marinas, ou construção de
novos hotéis, enquanto não se cuidar devidamente do pouco que temos para presentear
os visitantes.
Já
com o Parque Natural da Arrábida é o que é, sem as mínimas condições e com
ausência de manutenção de espaços, agora o forte de São Filipe com os turistas
a baterem com o nariz na porta todos os dias…
Afinal
os nossos “espertos” estão a pensar que basta criar a marca “Arrábida” e
transformar um posto de turismo numa outra qualquer coisa para desenvolvermos convenientemente
esta indústria da paz?
Assim
não dá!
Se
não fosse as belezas ímpares com que natureza dotou este cantinho de Portugal
estávamos feitos… Até parece que estamos a brincar aos operadores turísticos.
Digo eu que até nem sou nem “expert” nem “esperto”.
Rui
Canas Gaspar
2015-agosto-12
www.troineiro.blogspot.com
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