Queremos ou não turismo em
Setúbal?
Neste
mês de agosto de 2015 a língua que mais se tem ouvido em Setúbal, depois do
português, parece ser o francês.
Nota-se
que alguns são portugueses que emigraram para terras de França e agora retornam
para uns dias de férias, acompanhados dos seus descendentes, muitos deles já
nascidos em terras gaulesas, mas também se constata que a maioria dos turistas estrangeiros
são naturais de França.
Basta
estar um pouco atento ao fenómeno na baixa de Setúbal para constatarmos esta
realidade. Ali já começou a aparecer um outro tipo de comércio virado para o
turismo onde se podem comprar produtos regionais.
Um
dos poisos preferidos é a esplanada do Baticanos, na Praça do Bocage e um dos
locais mais apelativos e que mais atenções atrai nos turistas é o artesão que
há muitos anos fabrica bicicletas em miniatura e tem lugar cativo junto ao
portão lateral da Igreja de São Julião.
Um
outro local onde podemos constatar esta realidade é no Bowling de Setúbal onde uma
parte dos clientes, neste mês de agosto, fala a língua de Voltaire.
Onde
estão alojados estes turistas? Como vieram até cá? O que os atrai nesta região?
Serão perguntas que os responsáveis ligados à área do turismo deverão estar a procurar
saber para a partir daí poderem desenvolver próximas ações de marketing, ou
será que estes serviços estão encerrados para férias?
Tenho
para mim que uma boa parte destas pessoas chegam à nossa cidade fazendo-se
deslocar nas modernas autocaravanas, que todos os dias vemos chegar e partir de
junto à doca dos pescadores.
A
despeito de muita “fumaça” o facto é que está mais um ano praticamente passado
sem que fosse dada resposta adequada, mesmo que provisória, a esta realidade
que é o constante aumento de turistas que se deslocam por toda a Europa, cada
vez em maior número, nas autocaravanas.
Não
basta a promessa de que quando for renovado o Parque de Campismo do Outão será contemplado
um lugar para autocaravanas, é necessário e urgente que se proceda, quanto
antes a dotar a cidade de um espaço, com as necessárias condições para receber
convenientemente essas pessoas que não são propriamente os chamados “turistas
de pé descalço” que mesmo assim devem merecer tanta atenção como os de “pé
calçado”.
Se
insistirmos em manter o marasmo, o deixa andar, o é prá manhã, estaremos na contingência
de perder uma boa fatia destes nossos visitantes que tanta falta fazem à
economia local.
Bem
sabemos que há muita coisa para fazer, mas teremos de ordenar devidamente as
nossas prioridades e dentro destas as que são mais urgentes e, se um espaço
para receber as autocaravanas não é a primeira prioridade seguramente estará
antes da segunda e isto se nos despacharmos a tempo. É que as galinhas de ovos
de ouro não costumam ficar no poleiro por muito tempo à espera de quem lhes
deite a mão.
Rui
Canas Gaspar
2015-agosto-20
www.troineiro.blogspot.com
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