O bonito edifício da Agência
de Setúbal do Banco de Portugal
Em
1 de janeiro de 1822 inicia a sua atividade com a designação de Banco de
Lisboa, embora a sua fundação seja datada de 31 de dezembro de 1821 por
iniciativa do parlamento constituinte e de um grupo de capitalistas
portugueses.
A
expansão da atividade bancária deveu-se a “correspondentes” e foi assim que em
Setúbal se desenvolveu o banco devido sobretudo à ação de António Pereira
Tavares seu primeiro correspondente desde dezembro de 1916.
A
primeira Agencia Concelhia é aqui criada em 2 de setembro de 1918, substituindo
a ação da Correspondência.
Coube
ao conceituado arquiteto, professor de arquitetura e político Arnaldo Redondo Adães Bermudes a conceção do
edifício da Agência de Setúbal do Banco de Portugal, um edifício que assume
particular protagonismo não só representar o poder financeiro local mas também
por se assumir como uma obra de referência local pela sua elegância e estilo.
Após
a sua alienação pelo Estado o edifício foi adquirido pela AERSET e depois desta
associação empresarial se ter visto confrontada com problemas de ordem económica
acabaria por ser adquirido pela Câmara Municipal de Setúbal que ali instalou um polo cultural.
O
emblemático edifício encontra-se parcialmente descaracterizado pelo inestético
acesso a pessoas de mobilidade reduzida, acesso que poderia e deveria ter
conhecido uma outra solução, das muitas
existentes no mercado, para edifícios deste natureza.
E
foi precisamente este edifício que no dia 28 de outubro de 2015 foi alvo de
atenção da Câmara Municipal de Setúbal que aprovou no decurso da sua reunião
pública atribuir-lhe a classificação de Imóvel de Interesse Municipal.
Esta
proposta será agora submetida à apreciação da Assembleia Municipal de Setúbal
que a votará e confirmará, ou não, a pretensão da Câmara Municipal.
Com
um alçado principal tão bonito e agora descaracterizado pelo inestético tapume
tenho sérias dúvidas que se o arquiteto Bermudes fosse vivo alguma vez aquilo
ali estaria, ainda que, como é comum pelas nossas bandas, com o estatuto de
provisório.
Mas,
como o bom gosto é coisa que parece não imperar, esperemos que pelo menos o bom
senso possa fazer alguma coisa de forma a classificar o imóvel, porém em toda a
sua beleza original.
Rui
Canas Gaspar
2015-novembro-01
www.troineiro.blogspot.com
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