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domingo, 31 de agosto de 2014

Sal de Setúbal?

A atividade salineira ocupou grande parte das populações que habitaram as margens do Rio Sado, durante largas centenas de anos.

O famoso sal sadino deve a sua excelente qualidade à conjugação de dois importantes fatores: a situação geográfica das suas marinhas e as condições climáticas do território.

Ao longo dos séculos Setúbal e os seus arredores produziram um sal de características únicas que o tornou famoso em toda a Europa e, como tal, alvo de exportação criando riqueza não só para a região em particular como para o próprio país.

No início do século XV, vamos encontrar referenciadas as salinas existentes na zona da Motrena, nos arredores de Setúbal e no reinado de D. Afonso V, são referidas marinhas no Sapal de Troino.

Em 24 de outubro de 1511 foi promulgado um importante despacho real visando não só proteger como também desenvolver a produção do sal do Rio Sado. Esse documento proibia os barcos que viessem carregar sardinha e outros pescados a Setúbal de trazerem sal, tendo de adquirir localmente o produto produzido pelas marinhas de Setúbal e Alcácer do Sal.

Hoje fui até às Praias do Sado observar um pouco aquela zona onde outrora se produziu muito deste bom sal e onde atualmente a maior parte desses locais de extração se encontram ocupados por explorações piscícolas.

Pude então observar alguns montes de sal já extraído sendo que, parte desse mesmo sal se encontrava já ensacado, pronto a seguir para outras paragens.
Curiosamente despertou-me a atenção para a inscrição que se encontrava nesses sacos e que apontava para um produtor sedeado em Aveiro e não em Setúbal como seria de esperar.

E dei comigo a pensar: Bem, mal por mal, mais vale o produtor ser de Aveiro e haver extração, do que o espaço estar entregue a algum setubalense que não produzisse este produto nacional de características únicas.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-31

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