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domingo, 1 de novembro de 2015

O bonito edifício da Agência de Setúbal do Banco de Portugal

Em 1 de janeiro de 1822 inicia a sua atividade com a designação de Banco de Lisboa, embora a sua fundação seja datada de 31 de dezembro de 1821 por iniciativa do parlamento constituinte e de um grupo de capitalistas portugueses.
A expansão da atividade bancária deveu-se a “correspondentes” e foi assim que em Setúbal se desenvolveu o banco devido sobretudo à ação de António Pereira Tavares seu primeiro correspondente desde dezembro de 1916.

A primeira Agencia Concelhia é aqui criada em 2 de setembro de 1918, substituindo a ação da Correspondência.

Coube ao conceituado arquiteto, professor de arquitetura e político  Arnaldo Redondo Adães Bermudes a conceção do edifício da Agência de Setúbal do Banco de Portugal, um edifício que assume particular protagonismo não só representar o poder financeiro local mas também por se assumir como uma obra de referência local pela sua elegância e estilo.

Após a sua alienação pelo Estado o edifício foi adquirido pela AERSET e depois desta associação empresarial se ter visto confrontada com problemas de ordem económica acabaria por ser adquirido pela Câmara Municipal de Setúbal que ali instalou  um polo cultural.

O emblemático edifício encontra-se parcialmente descaracterizado pelo inestético acesso a pessoas de mobilidade reduzida, acesso que poderia e deveria ter conhecido uma outra solução, das  muitas existentes no mercado, para edifícios deste natureza.

E foi precisamente este edifício que no dia 28 de outubro de 2015 foi alvo de atenção da Câmara Municipal de Setúbal que aprovou no decurso da sua reunião pública atribuir-lhe a classificação de Imóvel de Interesse Municipal.

Esta proposta será agora submetida à apreciação da Assembleia Municipal de Setúbal que a votará e confirmará, ou não, a pretensão da Câmara Municipal.

Com um alçado principal tão bonito e agora descaracterizado pelo inestético tapume tenho sérias dúvidas que se o arquiteto Bermudes fosse vivo alguma vez aquilo ali estaria, ainda que, como é comum pelas nossas bandas, com o estatuto de provisório.

Mas, como o bom gosto é coisa que parece não imperar, esperemos que pelo menos o bom senso possa fazer alguma coisa de forma a classificar o imóvel, porém em toda a sua beleza original.

Rui Canas Gaspar
2015-novembro-01

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