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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Setúbal uma terra promissora

Ao longo das últimas décadas verifica-se que Setúbal tem sido uma terra onde muito se fez mas também de “muita parra e pouca uva” ou seja, uma terra onde a par do desenvolvimento industrial, grandes projetos ficaram na gaveta, projetos que provavelmente seriam estruturantes para o nosso desenvolvimento enquanto região.

Fez no sábado, no dia 14 deste mês de novembro de 2015, 66 anos que foi aprovada uma Portaria pela qual o Ministro das Comunicações nomeava uma comissão presidida pelo Administrador Geral do Porto de Lisboa, para estudar a possibilidade de criação de uma ou mais zonas francas neste porto, situação que foi alargada ao Porto de Setúbal em 21 de abril de 1950.

Pouco tempo depois, em junho de 1952 a comissão concluiu pela conveniência do estabelecimento de zonas francas nos portos de Lisboa e Setúbal situação que foi viabilizada através da Portaria de 17 de março de 1954.

Nesta altura voltava a prever-se novamente, a abertura do canal ligando o rio Tejo com o rio Sado.
Se estes projetos de desenvolvimento tivessem avançado provavelmente Setúbal teria sido um importante destino turístico. Porém, depois de muito dinheiro gasto em estudos e mais estudos nada avançou. Embora nesse ano de 1949  tivesse sido publicado o Guia de Setúbal (Turismo, indústria e comércio) no qual já se vislumbrava um pré-projeto turístico para a região.

Nos anos sessenta, início dos anos setenta do século XX, conheceríamos um novo tipo de industrialização com a implantação de várias fábricas de montagem de automóveis, de grandes estaleiros navais, e da fábrica de pasta de papel de entre outros importantes projetos.

Na área do turismo avançou o importante projeto da Torralta que previa a construção de uma cidade turística em Troia. O importante projeto da Tetra, na zona do Pote d’Água, acabou por ser reconvertido para um bairro para habitação  e a Comenda de Mouguelas foi um projeto da Torralta e posteriormente de Xavier de Lima que  não chegou a sair do papel.

A revolução de 25 de abril de 1974 viria a alterar muitos dos projetos em curso e passados alguns anos assistiu-se a outro tipo de desenvolvimento com a construção de duas novas autoestradas entre Lisboa e Setúbal bem como eletrificação de uma linha férrea e a construção de outra.

Novas indústrias vieram sediar-se aqui sendo a mais importante a Autoeuropa e empresas satélites a par do desenvolvimento e modernização da Portucel.

O Porto de Setúbal ganhou mais dinamismo e hoje apresenta-se como ponta de lança em diversas áreas operacionais, sendo um fator de desenvolvimento e progresso.

Resta agora ganharmos a última batalha do desenvolvimento, tornando Setúbal, uma referência turística, sabendo todos nós que a região é dotada de condições naturais ímpares ombreando com o que de mais belo existe em todo o mundo.

Independentemente do que os governantes possam ou não fazer, compete-nos também a nós simples cidadãos ser parte ativa deste desenvolvimento e se não pudermos construir bairros e fábricas, se não tivermos a possibilidade de decidir a construção de novas avenidas ou de marinas, pois que ao menos possamos cuidar dos nossos jardins, da limpeza das nossas ruas, da pintura das nossas casas.

Tenho para mim que se cada um fizer um bocadinho seguramente que muito de bom poderemos ver e já lá dizia Baden-Powell:  “procuremos deixar este mundo um pouco melhor do que o encontramos”.

Rui Canas Gaspar
2015-novembro-18

www.troineiro.blogspot.com

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