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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Em Setúbal também temos pedintes exigentes

A mulher que bateu naquela porta pedindo esmola aparentava ter pouco mais de trinta anos e era uma pessoa tão bem falante e convincente que a dona da casa que a atendeu acabou por lhe dar 20 euros no sentido de ajudar a mitigar os seus muitos problemas.

Poucos dias depois lá estava ela de novo a tocar à mesma porta. E porque não pudesse atender a dona da casa disse à filha para o fazer entregando uma nota de cinco euros que a jovem entregou à pedinte.

Para sua surpresa, a pedinte ao invés de agradecer a dádiva, começou a discutir com a jovem por lhe dar tão pouco dinheiro.

A jovem pediu desculpa, fechou a porta e muito incomodada com o assunto partilhou com a família. O pai não perdeu tempo e saiu de casa ainda a tempo de observar discretamente a movimentação da exigente pedinte, confirmando que ela não se dirigia a qualquer casa mas sim a algumas selecionadas.

Quando a pedinte deixou a rua alvo do seu raid, dobrou a esquina e entrou numa carrinha skoda que a esperava com um condutor ao volante e ambos partiram para fora do bairro.

Algumas casas  têm vindo a ser assaltadas na zona da Quinta do Hilário e sem querer fazer qualquer paralelismo entre esta situação da pedinte exigente e dos assaltantes que por ali têm feito boas colheitas, e ao que parece também se deslocam em viaturas topo de gama, acho que é no mínimo estranho haver coincidência entre estas duas situações.

Como tal, como cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, tome cuidado com quem lhe bate à porta e lhe “canta a canção do bandido”.  É que estas coisas não acontecem só aos outros, um dia pode vir a ser contemplado com uma visita inesperada, caso venha a facilitar.

Ajudar sim, ser generoso muito bem, mas ser parvo parece que ninguém gosta e por isso mesmo a pedinte foi já referenciada, e na última tentativa foi corrida daquela casa sem um centavo e as medidas de precaução foram ativadas.

Setúbal tem muita gente boa e também alguma que não vale um tostão furado, como em todo o lado. Tem gente necessitada e gente que se faz passar por isso, mas o que temos também por cá é pedintes que acham que dádivas de cinco euros é manifestamente pouco, para quem se desloca em bons carros para exercer a sua atividade.

O saudoso Fernando Pessa não deixaria de rematar este relato com um: “E esta hein?!...”

Rui Canas Gaspar
2016-fevereiro-11

www.troineiro.blogspot.com

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