ARRÁBIDA
Vamos matar a galinha dos
ovos de ouro?
Mercedes,
Volkswagen e Ferrari são marcas de automóveis que vão fazer por estes dias
filmes publicitários na Arrábida, trazendo até cá não só centenas de técnicos
como também mais de uma centena de jornalistas, os quais naturalmente aqui
deixarão largos milhares de euros, gastos em estadia, alojamento e meios
técnicos.
Os
mais diversos eventos desportivos trarão também este ano a Setúbal milhares de
turistas, desportistas e jornalistas estrangeiros que não deixarão de querer
visitar o Parque Natural da Arrábida, um espaço ímpar não só regional, como
nacional.
E
se a beleza deste espaço cativará certamente os visitantes não acredito que o
mesmo possa acontecer com as infraestruturas que ali irão encontrar, dado que
são quase inexistentes e até o básico, como sejam os miradouros estão em estado
deplorável.
E
é isso também que lhes irá despertar a atenção e isso será certamente o que
também irão transmitir para os seus países nas crónicas que irão produzir e que
em nada irá abonar o setor turístico nacional.
Bem
que se poderia evitar esta imagem deprimente, minimizando-se este impacto negativo, com uns poucos camiões
de gravilha, meia dúzia de bidons de alcatrão e umas poucas horas de trabalho
de pedreiro, o suficiente para mudar radicalmente o mau aspeto destes espaços.
Isto
pode parecer assunto de somenos importância, mas não é. Estou a falar sobre
aquilo que é mais visível e com que as pessoas se depararão, na sua curta
estadia, quer queiramos ou não.
Para
quê gastar-se milhares de euros a promover a nossa terra para atrair turistas
se eles ao aqui chegarem vão encontrar, desnecessariamente, estas situações de
propaganda negativa?
Diria
mesmo que isto é o que se pode rotular de “matar a galinha dos ovos de ouro”.
Bem
sei que as Estradas de Portugal vão dizer que os miradouros são da
responsabilidade do Parque Natural da Arrábida, bem sei que alguém irá sacudir
a água do capote argumentando que a promoção turística é responsabilidade da
Câmara Municipal e assim neste jogo de empurra o que é simples de resolver
vai-se tornando cada vez mais complicado.
Curiosamente
o que mais me espanta é que com tantos técnicos, gestores, diretores e
presidentes em todos estes organismos, não haja gente capaz de tomar decisões
no sentido de, eficientemente, resolver estas pequenas (grandes) anomalias que
nos irão sair mais caras do que se avançasse de imediato com a resolução do
problema.
Chamo
mais uma vez a atenção do Parque Natural da Arrábida, das Estradas de Portugal
e da Câmara Municipal de Setúbal para esta questão do mau estado dos miradouros
da Arrábida porque eles são um dos melhores cartões-de-visita de que dispomos e
o seu estado em nada vai ajudar a promover o turismo nacional, com a
consequente quebra nas necessárias receitas que essa indústria naturalmente
pode gerar e que tanto jeito darão nas depauperadas finanças nacionais.
Rui
Canas Gaspar
2016-fevereiro-17
www.troineiro.blogspot.com
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