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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Portugal continua sob a potencial ameaça da central de Almaraz

Portugal continua a olhar com desconfiança para a sua segurança enquanto a velha central nuclear de Almaraz continuar ativa, a despeito das “garantias” dadas pelas autoridades espanholas.

O facto é que mais uma vez, neste mês de fevereiro de 2016, a central nuclear teve nova avaria tendo a administração da mesma emitido uma nota de imprensa dando conta de que a mesma “teria sofrido uma paragem durante a operação de aumento de carga, depois de ter sido efetuada a ligação da unidade à rede”.  

A central pertencente às empresas Iberdrola, Endesa e Unión Fenosa é arrefecida pelas águas do Rio Tejo e situa-se a apenas 200 quilómetros da fronteira do Caia/Badajoz, na província espanhola de Cáceres, num local bem conhecido dos portugueses que viajam para Madrid.

É ali que muitos condutores portugueses e espanhóis param, no conhecido Restaurante Portugal, quando viajam pela E90, a estrada europeia que começa em Lisboa e termina na Turquia, junto à fronteira com o Iraque.

Esta é a quarta central nuclear de Espanha e começou a ser construída em 1972, nove anos depois, em 1981, entrava em funcionamento o seu primeiro reator e dois anos depois o segundo. O seu encerramento estava previsto para 2010 o que não aconteceu, tendo o governo espanhol decidido protelar este encerramento por mais 10 anos.

Neste período de mais quatro anos, ou seja até 2020, esperemos que nada de mais grave aconteça, sabido que quando se está a encerrar uma unidade industrial não é na ponta final que se investe na mesma a não ser naquilo que é inadiável para a sua produção.

Sendo assim, entendo que a atenção a Almaraz deve ser reforçada, não só pelas autoridades espanholas como também pelas portuguesas, é que um acidente naquela central atómica não conhecerá fronteiras, sobrando para nós, com as inevitáveis e imprevisíveis consequências.  

Rui Canas Gaspar
2016-fevereiro-28

www.troineiro.blogspot.com

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