Em Setúbal também temos
pedintes exigentes
A
mulher que bateu naquela porta pedindo esmola aparentava ter pouco mais de
trinta anos e era uma pessoa tão bem falante e convincente que a dona da casa
que a atendeu acabou por lhe dar 20 euros no sentido de ajudar a mitigar os
seus muitos problemas.
Poucos
dias depois lá estava ela de novo a tocar à mesma porta. E porque não pudesse
atender a dona da casa disse à filha para o fazer entregando uma nota de cinco
euros que a jovem entregou à pedinte.
Para
sua surpresa, a pedinte ao invés de agradecer a dádiva, começou a discutir com
a jovem por lhe dar tão pouco dinheiro.
A
jovem pediu desculpa, fechou a porta e muito incomodada com o assunto partilhou
com a família. O pai não perdeu tempo e saiu de casa ainda a tempo de observar
discretamente a movimentação da exigente pedinte, confirmando que ela não se
dirigia a qualquer casa mas sim a algumas selecionadas.
Quando
a pedinte deixou a rua alvo do seu raid, dobrou a esquina e entrou numa
carrinha skoda que a esperava com um condutor ao volante e ambos partiram para
fora do bairro.
Algumas
casas têm vindo a ser assaltadas na zona
da Quinta do Hilário e sem querer fazer qualquer paralelismo entre esta
situação da pedinte exigente e dos assaltantes que por ali têm feito boas
colheitas, e ao que parece também se deslocam em viaturas topo de gama, acho
que é no mínimo estranho haver coincidência entre estas duas situações.
Como
tal, como cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, tome
cuidado com quem lhe bate à porta e lhe “canta a canção do bandido”. É que estas coisas não acontecem só aos
outros, um dia pode vir a ser contemplado com uma visita inesperada, caso venha
a facilitar.
Ajudar
sim, ser generoso muito bem, mas ser parvo parece que ninguém gosta e por isso
mesmo a pedinte foi já referenciada, e na última tentativa foi corrida daquela
casa sem um centavo e as medidas de precaução foram ativadas.
Setúbal
tem muita gente boa e também alguma que não vale um tostão furado, como em todo
o lado. Tem gente necessitada e gente que se faz passar por isso, mas o que
temos também por cá é pedintes que acham que dádivas de cinco euros é manifestamente
pouco, para quem se desloca em bons carros para exercer a sua atividade.
O
saudoso Fernando Pessa não deixaria de rematar este relato com um: “E esta
hein?!...”
Rui
Canas Gaspar
2016-fevereiro-11
www.troineiro.blogspot.com
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