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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Zéfiro entra em Setúbal para fecundar as éguas lusitanas

Na Grécia antiga, berço da democracia, das artes plásticas, do desporto, do teatro e de outras diferentes manifestações de conhecimento, para transmitirem ao mundo os seus ensinamentos, os gregos, criaram mitos e estórias, que foram transmitidas oralmente de geração em geração e onde monstros, heróis e deuses eram normalmente os principais protagonistas.

E, foi assim, que nasceu o poderoso e forte Zéfiro, o vento do oeste, aquele  que casou com Íris e foram viver felizes para uma caverna na Trácia, deixando a sua família de nascimento, a mãe Aurora, o pai Astreu e os irmãos Bóreas, Noto e Eurus na sua região natal.

Diziam que Zéfiro fecundava as éguas de certa região da Lusitânia tornando elegantes os cavalos desse zona e invulgarmente velozes como são ainda hoje conhecidos os puro-sangue lusitanos, os mais antigos cavalos de sela de todo o mundo que constituem uma das mais preciosas heranças genéticas de Portugal.

A cidade de Setúbal decidiu homenagear, em abril de 2014, a cultura grega e a influência que a mesma indiretamente teve na portuguesa, construindo um monumento de grandes dimensões dedicado a Zéfiro, o vento do oeste.

Esta obra escultórica foi financiada pela fundação Buehler-Brockhaus e teve como autor o escultor plástico Sérgio Vicente tendo sido colocada a nascente da cidade, na Avenida Álvaro Cunhal, numa movimentada rotunda de Monte Belo, bem perto de uma fonte decorativa de onde se destaca o nome de Setúbal.

O monumento é composto por meia dúzia de enormes barras de ferro retorcidas, tal como se fossem elegantes e delicadas espigas vergadas para Leste, pela poderosa força de Zéfiro que soprando forte do Oceano Atlântico a todos faz sentir a sua força.

É aqui, em Setúbal, que Zéfiro entra pela terra dentro e corre sem parar ansioso por encontrar as belas éguas lusitanas, envolvendo-se com elas e deixando-as prenhas para poderem vir dar à luz os “filhos do vento” os mais elegantes e velozes cavalos que são montados pelos humanos desde tempos imemoriais.

Rui Canas Gaspar
2016-fevereiro-13

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