Zéfiro entra em Setúbal
para fecundar as éguas lusitanas
Na
Grécia antiga, berço da democracia, das artes plásticas, do desporto, do teatro
e de outras diferentes manifestações de conhecimento, para transmitirem ao
mundo os seus ensinamentos, os gregos, criaram mitos e estórias, que foram
transmitidas oralmente de geração em geração e onde monstros, heróis e deuses
eram normalmente os principais protagonistas.
E,
foi assim, que nasceu o poderoso e forte Zéfiro, o vento do oeste, aquele que casou com Íris e foram viver felizes para
uma caverna na Trácia, deixando a sua família de nascimento, a mãe Aurora, o
pai Astreu e os irmãos Bóreas, Noto e Eurus na sua região natal.
Diziam
que Zéfiro fecundava as éguas de certa região da Lusitânia tornando elegantes
os cavalos desse zona e invulgarmente velozes como são ainda hoje conhecidos os
puro-sangue lusitanos, os mais antigos cavalos de sela de todo o mundo que
constituem uma das mais preciosas heranças genéticas de Portugal.
A
cidade de Setúbal decidiu homenagear, em abril de 2014, a cultura grega e a
influência que a mesma indiretamente teve na portuguesa, construindo um
monumento de grandes dimensões dedicado a Zéfiro, o vento do oeste.
Esta
obra escultórica foi financiada pela fundação Buehler-Brockhaus e teve como
autor o escultor plástico Sérgio Vicente tendo sido colocada a nascente da
cidade, na Avenida Álvaro Cunhal, numa movimentada rotunda de Monte Belo, bem
perto de uma fonte decorativa de onde se destaca o nome de Setúbal.
O
monumento é composto por meia dúzia de enormes barras de ferro retorcidas, tal
como se fossem elegantes e delicadas espigas vergadas para Leste, pela poderosa
força de Zéfiro que soprando forte do Oceano Atlântico a todos faz sentir a sua
força.
É
aqui, em Setúbal, que Zéfiro entra pela terra dentro e corre sem parar ansioso
por encontrar as belas éguas lusitanas, envolvendo-se com elas e deixando-as
prenhas para poderem vir dar à luz os “filhos do vento” os mais elegantes e
velozes cavalos que são montados pelos humanos desde tempos imemoriais.
Rui
Canas Gaspar
2016-fevereiro-13
www.troineiro.blogspot.com
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