Quem tem memórias da
Quinta da Inveja?
Um
amplo portão trabalhado em barras de ferro, de dupla abertura, chumbado a duas
altas e sólidas ombreiras de pedra calcária serviam de terminal aos muros de
proteção da propriedade que ostentava no topo do lado direito a designação de
Quinta da Inveja.
O
acesso à quinta processava-se pela Estrada dos Ciprestes e em finais de 2014 as
devolutas instalações ainda se apresentavam como a imagem documenta.
Situada
entre a Quinta da Azeda e a Quinta da Saudade tinha há muito deixado a
atividade agrícola, porém a sua ampla casa de dois pisos denotava que os seus
iniciais ocupantes teriam sido pessoas abastadas.
De
facto, em 1944, enquanto o mundo se digladiava na Segunda Grande Guerra, aqui à
entrada da pacífica cidade de Setúbal, Joaquim Augusto Martins, entregou ao
construtor José Guilherme dos Santos, um dossier com o projeto 34/A – 44,
contendo cinco plantas e 41 folhas contando a memória descritiva, declaração de
responsabilidade, licença de obras, etc. para que este procedesse à ampliação da
casa ali existente.
O
novo edifício foi então erigido e serviu cabalmente as suas funções
habitacionais e de apoio à atividade agrícola, até que precisamente 70 anos
depois do início da sua construção ele viria a ser reduzido a um monte de
entulho e, no seu lugar, nada mais ficaria do que a imagem fotografada da sua
presença em terras sadinas.
A
demolição da casa processou-se no âmbito do projeto para a construção do Parque
Urbano da Várzea e o entulho que dali resultou, depois de devidamente tratado,
foi servir de material de enchimento à nova via em construção paralela à
Avenida dos Ciprestes.
Quem
tem memórias da Quinta da Inveja incluindo até do conceituado restaurante que
por ali funcionou?
Rui
Canas Gaspar
2017-outubro-10
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