Em Setúbal vamos construir o
PUV ou ficamos pela metade?
Alegrei-me
ao ler ontem a notícia publicada pelo “Diário da Região” apresentando o leque
de intenções para estes próximos quatro anos de novo mandato da presidente da
Câmara Municipal de Setúbal, porquanto gosto de ver a minha terra progredir.
Embora
existam ali, a meu ver, obras que considero não prioritárias, o facto é que o executivo
tem a legitimidade democrática atribuída pelos votos expressos nas urnas e como
tal tenho de respeitar as suas opções.
O
que me deixou apreensivo foi ler que no tocante ao Parte Urbano da Várzea se propõe
construir as bacias de retenção de águas pluviais e, ponto final.
Pensava
eu que era neste mandato que finalmente se iria defender a cidade do ponto de
vista ambiental, construindo de vez o PUV, atendendo a que aquele espaço
constitui a última fronteira entre o betão e a natureza. Mas será que nestes 4
anos apenas ficarão contempladas, a fazer fé na notícia, as bacias de retenção?
Então
e o restante da avenida já começada? E a avenida de atravessamento junto aos “pelézinhos”?
E a recuperação de alguns dos antigos equipamentos agrícolas? E a ciclovia
envolvente? E a recuperação do emblemático mirante da Quinta da Azeda? E o mais
importante, a plantação de árvores e plantas, ofertadas pela Portucel, conforme
oportunamente anunciado?
Faço
votos para que o PUV seja uma realidade neste mandato da presidente Dores
Meira, pois ele poderá representar a cereja em cima do bolo e ela poderá então
sair pela porta grande.
Que
este não só útil como necessário projeto, que é também uma importante arma antipoluição,
não fique no papel como aconteceu outros já anunciados com pompa e
circunstância e que não passaram apenas e só de boas intenções.
A
nossa terra tem condições para ser uma cidade verde e necessita disso como pão
para a boca, atendendo à malha industrial de que dispomos. Os bosques urbanos
são uma forma de melhorar as condições de habitabilidade e de bom ambiente nas
cidades.
A
imagem da várzea, despida de árvores, captada neste mês de outubro de 2017,
quando o país perdeu boa parte da sua mancha verde, foi uma gentil oferta que o
amigo Ricardo Ramoz, da
Droneworldview me fez.
Gostaria que em
outubro de 2021 idêntica imagem fosse captada do mesmo ângulo mostrando não uma
imensa zona despida de verde mas sim repleta de verde e onde os projetados
lagos fossem igualmente uma realidade.
Setúbal tem
necessidade deste pulmão verde, temos capacidade para o fazer, temos condições
para o concretizar, não nos fiquemos apenas pelas boas intenções, ou por
trabalhos começados e não acabados.
Rui Canas Gaspar
2017-outubro-20
www.troineiro.blogspot.com
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