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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Em Setúbal vamos construir o PUV ou ficamos pela metade? 

Alegrei-me ao ler ontem a notícia publicada pelo “Diário da Região” apresentando o leque de intenções para estes próximos quatro anos de novo mandato da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, porquanto gosto de ver a minha terra progredir. 

Embora existam ali, a meu ver, obras que considero não prioritárias, o facto é que o executivo tem a legitimidade democrática atribuída pelos votos expressos nas urnas e como tal tenho de respeitar as suas opções. 

O que me deixou apreensivo foi ler que no tocante ao Parte Urbano da Várzea se propõe construir as bacias de retenção de águas pluviais e, ponto final. 

Pensava eu que era neste mandato que finalmente se iria defender a cidade do ponto de vista ambiental, construindo de vez o PUV, atendendo a que aquele espaço constitui a última fronteira entre o betão e a natureza. Mas será que nestes 4 anos apenas ficarão contempladas, a fazer fé na notícia, as bacias de retenção? 

Então e o restante da avenida já começada? E a avenida de atravessamento junto aos “pelézinhos”? E a recuperação de alguns dos antigos equipamentos agrícolas? E a ciclovia envolvente? E a recuperação do emblemático mirante da Quinta da Azeda? E o mais importante, a plantação de árvores e plantas, ofertadas pela Portucel, conforme oportunamente anunciado? 

Faço votos para que o PUV seja uma realidade neste mandato da presidente Dores Meira, pois ele poderá representar a cereja em cima do bolo e ela poderá então sair pela porta grande. 

Que este não só útil como necessário projeto, que é também uma importante arma antipoluição, não fique no papel como aconteceu outros já anunciados com pompa e circunstância e que não passaram apenas e só de boas intenções. 

A nossa terra tem condições para ser uma cidade verde e necessita disso como pão para a boca, atendendo à malha industrial de que dispomos. Os bosques urbanos são uma forma de melhorar as condições de habitabilidade e de bom ambiente nas cidades. 

A imagem da várzea, despida de árvores, captada neste mês de outubro de 2017, quando o país perdeu boa parte da sua mancha verde, foi uma gentil oferta que o amigo Ricardo Ramoz, da Droneworldview me fez. 

Gostaria que em outubro de 2021 idêntica imagem fosse captada do mesmo ângulo mostrando não uma imensa zona despida de verde mas sim repleta de verde e onde os projetados lagos fossem  igualmente uma realidade. 

Setúbal tem necessidade deste pulmão verde, temos capacidade para o fazer, temos condições para o concretizar, não nos fiquemos apenas pelas boas intenções, ou por trabalhos começados e não acabados. 

Rui Canas Gaspar 

2017-outubro-20 


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