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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Coisas de Setúbal

No dia 15 de julho de 1888 as classes laboriosas da cidade de Setúbal sentiam a necessidade de terem apoio na doença e no funeral e por isso alguns dinâmicos conterrâneos decidiram formar a Associação de Socorros Mútuos Setubalense.

Esta associação mutualista tem sabido evoluir ao longo dos seus muitos anos de vida e hoje apresenta-se pujante e renovada, adaptada aos novos tempos e diferentes desafios que se colocam à nossa população.

A ASMS é hoje uma referência na prestação de cuidados de saúde aos seus associados dispensando um vasto leque de serviços médicos de clinica geral e das mais diferentes especialidades, a par de serviços de fisioterapia e enfermagem.

No âmbito do apoio domiciliário a associação dispensa serviços de cuidados de higiene e conforto pessoal, higiene habitacional, alimentação, tratamento de roupa, acompanhamento ao exterior, atividades de lazer e apoio social.

Um posto móvel desta Associação Mutualista foi implantado no Largo da Misericórdia, junto à Cruz Vermelha, com o objetivo de fazer gratuitamente o rastreio cardiovascular à população setubalense e é ali mesmo que poderá também recolher o impresso que lhe permite inscrever-se como sócio, usufruindo de uma campanha mais vantajosa do ponto de vista financeiro.

Apoiar o mutualismo é hoje, tal como em 1888 uma necessidade, embora por motivos diferentes, porque nunca sabemos quando viremos a precisar dos serviços prestados por estas prestimosas associações de solidariedade.

Curiosamente, quatro meses depois de ter sido formada a Associação de Socorros Mútuos Setubalense a nossa terra era atingida por um violento temporal, conforme relatado por um dos jornais locais, o Districto nº 213 de 15 de novembro de 1888.

 “Na madrugada de segunda-feira dia 13 de novembro de 1888, caiu sobre a cidade de Setúbal e seus arrabaldes um terrível ciclone, ao ponto que a chuva era torrencial, inundando ruas, praças e campos e invadindo muitas casas causando aqui muitos graves prejuízos no meio de sustos e clamores em algumas partes onde mais se fizeram sentir a inundação e os estragos.

Muitas ficaram areiadas e cobertas de lodos. O Campo do Bonfim era um completo e vasto lago. As Ruas do Poço, de São Caetano, das Amoreiras de Camões, de Antão Girão, as Travessas das Viçosas, do Peixe, o Largo das Almas, a Praça do Bocage e outras ruas, largos e praças sofreram mais ou menos os efeitos da inundação.”

Rui Canas Gaspar
2014-novembro-06

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