Em Setúbal, uns com tanto e outros sem nada
Quanta correspondência indevidamente
distribuída por engano, quantas voltas e tempo perdido inutilmente pelas
empresas de distribuição devido a confusão com os nomes de algumas artérias da
cidade, quando tudo isto seria evitável se os responsáveis locais pelas
questões de toponímia adotassem uma política correta na atribuição de
designações e não complicassem o que efetivamente é simples.
Quando digo correta estou a
pensar naquilo que eu considero incorreto, ou seja, atribuir o nome da mesma
personalidade a, por exemplo, três artérias distintas. Estou a lembrar-me de
Garcia Peres que em Setúbal dá o nome a uma rua, a um beco e também a um largo.
Não será isto falta de
imaginação, quando existem tantos setubalenses que deveriam ser lembrados pelo
que de bom fizeram pela sua terra?
Claro que nada tenho contra a
figura de Domingos Garcia Peres o médico e deputado que muito fez de bom por
Setúbal, no século XIX, mas parece-me francamente exagerado que se atribua o
nome da mesma personalidade a mais do que uma artéria na mesma cidade e, este
não é caso único.
Por outro lado, é incompreensível
que na mesma cidade de Setúbal existam espaços públicos incógnitos, como aquele
largo, por exemplo, no Bairro Alves da Silva, onde o conhecido Francisco Finura
tinha a sua fábrica/oficina.
Curiosamente, este conhecido
setubalense não tem a honra de ver o seu nome figurar numa qualquer placa
toponímica vamos lá nós saber porquê…
Será que o homem que salvou mais
de uma centena de pessoas de morrer afogadas (contabilizadas oficialmente 31)
não é pessoa que mereça reconhecimento público? Isto sem contar com a própria personalidade
deste setubalense, reconhecido por muitos dos seus concidadãos.
E será que alguém conhece em
Setúbal alguma artéria com o nome de Américo Ribeiro? Provavelmente também não
será importante para a Comissão de Toponímia da Autarquia o homem que legou
dezenas de milhares de imagens, contando a história de Setúbal de determinada
época através da fotografia.
Até neste aspeto parece-me que
não há qualquer critério de equidade, atribuindo-se a algumas personalidades
que se notabilizaram ao serviço da cidade mais do que uma artéria enquanto para
outros que se notabilizaram noutras áreas não é atribuída coisa nenhuma.
É claro que nem sequer vou aqui
falar na falta de imaginação que é a substituição de nomes de conhecidas
artérias por outros mais ao gosto de quem “manda” nestas coisas…
E para terminar, aqui vos mostro
uma ruina urbana, o prédio onde termina a Rua General Daniel de Sousa, também
conhecida por Avenida e em cujas imediações podemos encontrar o Bairro honrando
aquele Brigadeiro, comandante da Região Militar de Lisboa, que foi promovido a
General depois de ter neutralizado uma revolta em 1931, onde morreram sob o seu
comando cerca de 40 portugueses.
Rui Canas Gaspar
2014-novembro-20
www.troineiro.blogspot.com
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