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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Há dias felizes

Robert Baden-Powell sentindo que se aproximava a hora da partida para o eterno acampamento, escreveu uma mensagem destinada aos escu(o)teiros de todo o mundo apelando para que procurassem deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram.

Como velho escuteiro (escuteiro uma vez, escuteiro toda a vida) desde menino que interiorizei aquela mensagem do chefe e tenho procurado nortear a minha vida pelos princípios aprendidos desde rapaz nesse grande Movimento Universal.

É por isso que escrevo o que penso e julgo ser o mais correto, no sentido de que este nosso belo planeta azul possa ficar um pouco melhor, com o meu pequeno contributo, não me movendo por interesses político/partidários, de protagonismo, ou outro que não seja o bem comum.

Posto isto, penso que dará para inferir de quais os interesses que me movem e como tal também para perceber que quando escrevo algo apontando para questões que considero anómalas não significa que estou contra partidos, entidades ou pessoas, mas sim contra situações que estão incorretas, segundo minha opinião.

O início da tarde deste dia 21 de novembro de 2014 encontrou-me deveras satisfeito. Depois de uma manhã a trabalhar fora, quando cheguei à Avenida Independência das Colónias verifiquei que tinham sido desentupidas as sarjetas, com o recurso a uma máquina de alta pressão, uma situação que estranhamente se arrastava há anos e que por coincidência hoje foi resolvida passadas algumas horas de ter sido colocado um texto na net sobre o assunto.

Mais satisfeito fiquei quando encontrei de boa saúde o vizinho que tinha sido atropelado nesta concorrida artéria, ontem à noite, numa altura que chovia e a visibilidade era fraca.

Finalmente, ao passar perto do Largo do Sapalinho, ali junto à Praça de Bocage, reparei que os andaimes tinham sido retirados e a Casa do Benfica, bem pintada, com as cores vermelho e branco dava bem nas vistas e, embora não seja benfiquista não deixo de me congratular com mais um edifício devidamente recuperado que ajuda a dar um melhor aspeto à nossa baixa.

É assim, há dias felizes, como dizia o “pão e uvas” conhecido cauteleiro setubalense. Com coincidências ou não, o resultado final é o que conta, tal como acontece no futebol, em que o que são contabilizadas para efeito de pontuação são as bolas que entram na baliza.

E agora que o Benfica dá mais nas vistas lá no centro da cidade resta-nos gritar o vivó Vitória e vamos lá marcar mais uns pontos, pintando umas passadeiras, tapando alguns buracos e acabando de vez os passeios da rotunda da Avenida Europa.

Rui Canas Gaspar
2014-novembro-11

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