O meu amigo Domingos
estava com desejo de patê Francisco Finura, mas…
Na
Casa da Baía, quando chegou, junto à entrada, umas simpáticas meninas entregaram-lhes
como oferta de boas-vindas uma brochura sobre o grande setubalense que foi
Francisco Finura e umas latinhas do seu famoso patê de sardinha e de cavala.
Estas embalagens são uma autêntica relíquia onde podemos ver gravado no fundo
da mesma a data de 1979.
Se
lá dentro estivesse patê o mesmo já teria há muito passado o prazo de validade.
Ora como o Francisco Finura (filho) tivesse lá pela oficina/fábrica do seu
falecido pai algumas destas embalagens sugeri que enchesse umas quantas com
areia do Sado, de forma a ofertar a quem se deslocasse à apresentação do livro “SETÚBAL
– Gente do Rio Homens do Mar” como pisa papéis, ao mesmo tempo que servia como
veículo anunciador da exposição que em breve irá ser apresentada no Museu do
Trabalho, em Setúbal.
Quando
chegou a casa o meu amigo Domingos, pescador, que tão bem conheceu o nosso “Finuras”
mostrou logo à esposa o novo livro do seu amigo Rui, a brochura sobre Francisco
Finura e as duas latinhas de patê que ele tanto adorava.
O
jantar estava prestes a ser servido e o Domingos de “água na boca” diz para a
esposa, a minha amiga Manuela, antiga operária da indústria de conservas, que
abrisse a latinha de patê de sardinha como aperitivo.
A
Manuela olha bem para a pequena embalagem, toma-lhe o peso, vira-a e repara na
data que se encontrava gravada no fundo e diz para o marido: - Olha lá, isto é
uma partida do Rui, parece que não o conheces! Isto deve ter é areia, pelo peso…
e mesmo que seja patê já não está em condições de ser consumido.
Mas
o Domingos estava mesmo desejoso de voltar a saborear o delicioso patê
Francisco Finura e tanto insistiu que a Manuela lá foi abrir a latinha que para
grande desilusão do Domingos continha mesmo areia, daquela que ele tão bem
conhecia.
Aquele
malando do Rui!… Não, não, desta vez não foi partida, foi mesmo falta de
informação ao Domingos que ainda por cima estava de apetites.
Bem,
eu não lhe disse mas o patê Francisco Finura vai ser de novo fabricado, com a
mesma fórmula, desta vez pelo seu filho. A embalagem não será igual à pequena
latinha distribuída, mas outra feita de material mais apropriado.
E
fica desde já prometido ao meu amigo Domingos que lhe oferecerei uma latinha,
desta vez sem areia, tão depressa o patê esteja fabricado, o que certamente irá
acontecer no decurso da exposição que irá ter lugar entre os dias 29 de
novembro de 2014 e 1 de fevereiro de 2015.
Rui
Canas Gaspar
2014-novembro-09
www.troineiro.blogspot.com
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