As piscinas que sumiram nas areias de Troia
Foi até à véspera da inauguração
que os trabalhos se processaram de forma acelerada e poucos minutos antes da
chegada dos distintos convidados para a inauguração do vasto complexo ainda se
davam os últimos retoques nos arranjos exteriores.
No dia 26 de maio de 1973 Troia
recebia a visita do Chefe de Estado, Almirante Américo Tomaz, que ali se
deslocou expressamente para inaugurar um emblemático polo turístico da
TORRALTA, aquele que então ficou designado por “Conjunto da Costa da Galé”.
As suas enormes piscinas, nascidas
nos estiradores do atelier de
arquitetura de Conceição e Silva eram então consideradas na década de setenta
do século XX como as maiores da Europa.
Esta ímpar construção virada para o
lazer e desporto localizava-se junto ao Oceano Atlântico, no lado oposto à
Caldeira de Troia.
Do seu equipamento coletivo ficou
na memória de muitos daqueles que o conheceram as singulares espreguiçadeiras
de cor amarela fabricadas em fibra de vidro.
Para ali se chegar ou se ia a pé,
de automóvel ou então os utentes ao desembarcar nos barcos que faziam as
travessias do Sado utilizavam o “comboio”, aquelas simpáticas e divertidas
carruagens rebocadas por um trator que fazia o trajeto entre os cais de atracação
dos barcos e as piscinas e vice-versa.
Uma
das memórias mais engraçadas que guardo daquele local era o facto de muitos
dias, à hora do almoço, ir lá tomar a bica com outros colegas de trabalho. Íamos
a pé desde as “torres”, pela praia, porque regra geral encontrávamos as moedas
necessárias para pagar o cafezinho.
Certamente
que outros amigos terão diferentes vivências deste local, que poucos anos
funcionou, e que hoje dele apenas restam memórias que se vão diluindo no tempo.
Rui
Canas Gaspar
2016-maio-27
www.troineiro.blogspot.com
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