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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Em Setúbal, uns com tanto e outros sem nada

Quanta correspondência indevidamente distribuída por engano, quantas voltas e tempo perdido inutilmente pelas empresas de distribuição devido a confusão com os nomes de algumas artérias da cidade, quando tudo isto seria evitável se os responsáveis locais pelas questões de toponímia adotassem uma política correta na atribuição de designações e não complicassem o que efetivamente é simples.

Quando digo correta estou a pensar naquilo que eu considero incorreto, ou seja, atribuir o nome da mesma personalidade a, por exemplo, três artérias distintas. Estou a lembrar-me de Garcia Peres que em Setúbal dá o nome a uma rua, a um beco e também a um largo.

Não será isto falta de imaginação, quando existem tantos setubalenses que deveriam ser lembrados pelo que de bom fizeram pela sua terra?

Claro que nada tenho contra a figura de Domingos Garcia Peres o médico e deputado que muito fez de bom por Setúbal, no século XIX, mas parece-me francamente exagerado que se atribua o nome da mesma personalidade a mais do que uma artéria na mesma cidade e, este não é caso único.

Por outro lado, é incompreensível que na mesma cidade de Setúbal existam espaços públicos incógnitos, como aquele largo, por exemplo, no Bairro Alves da Silva, onde o conhecido Francisco Finura tinha a sua fábrica/oficina.

Curiosamente, este conhecido setubalense não tem a honra de ver o seu nome figurar numa qualquer placa toponímica vamos lá nós saber porquê…

Será que o homem que salvou mais de uma centena de pessoas de morrer afogadas (contabilizadas oficialmente 31) não é pessoa que mereça reconhecimento público? Isto sem contar com a própria personalidade deste setubalense, reconhecido por muitos dos seus concidadãos.

E será que alguém conhece em Setúbal alguma artéria com o nome de Américo Ribeiro? Provavelmente também não será importante para a Comissão de Toponímia da Autarquia o homem que legou dezenas de milhares de imagens, contando a história de Setúbal de determinada época através da fotografia.

Até neste aspeto parece-me que não há qualquer critério de equidade, atribuindo-se a algumas personalidades que se notabilizaram ao serviço da cidade mais do que uma artéria enquanto para outros que se notabilizaram noutras áreas não é atribuída coisa nenhuma.

É claro que nem sequer vou aqui falar na falta de imaginação que é a substituição de nomes de conhecidas artérias por outros mais ao gosto de quem “manda” nestas coisas…

E para terminar, aqui vos mostro uma ruina urbana, o prédio onde termina a Rua General Daniel de Sousa, também conhecida por Avenida e em cujas imediações podemos encontrar o Bairro honrando aquele Brigadeiro, comandante da Região Militar de Lisboa, que foi promovido a General depois de ter neutralizado uma revolta em 1931, onde morreram sob o seu comando cerca de 40 portugueses.

Rui Canas Gaspar
2014-novembro-20

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