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terça-feira, 5 de julho de 2016

Quando o ótimo é inimigo do bom

A semana passada entrei pela primeira vez no Centro de Saúde que funciona na Avenida Alexandre Herculano, junto ao Parque do Bonfim, umas instalações  que outrora serviram, e bem,  o combate contra a tuberculose.

O edifício foi alvo de obras de adaptação e aqui foram feitos diversos melhoramentos.

Reparei na atenção, profissionalismo e simpatia que  o pessoal administrativo e técnico dispensavam aos utentes, a despeito do elevado número de pessoas que utilizam aquele posto.

Enquanto esperava para que o meu acompanhante fosse atendido, dei uma vista de olhos pelas instalações e  tive oportunidade de presenciar a chegada de duas senhoras uma delas (a mais velha) empurrando uma cadeirinha de bebé.

Esta barafustava com a mais nova ao mesmo tempo que com exagerada brusquidão empurrava a cadeirinha contra os degraus de acesso ao centro, na tentativa de galgar os quatro ou cinco que separam a rua do interior das instalações.

Passados alguns minutos fui atendido e aproveitei a oportunidade para perguntar porque é que umas instalações públicas recentemente remodeladas não dispunham de uma rampa de acesso para pessoas de mobilidade reduzida ou para facilitar situações como a que acabara de observar.

Fui então informado que tal não teria sido aprovado pelos serviços técnicos da autarquia, porquanto a construir-se, a inclinação da mesma seria superior ao permitido. Não medi o espaço embora não me pareça muito complicado tornear a situação atendendo à área disponibilizada pelo patim e não deixei de pensar com os meus botões que o ótimo é seguramente inimigo do bom.

Com uma funcionária falei naquilo que tinha acabado de observar e questionei como é que ali entravam as pessoas em cadeiras de rodas, por exemplo. Foi-me então informado que quando tal acontecer irão abrir uma porta existente na rua lateral que por a mesma se encontrar ao nível do piso poderão entrar por aí.

Sendo assim quero informar os milhares de utentes, meus conterrâneos, utilizadores deste Centro de Saúde que não vale a pena desesperar quando chegarem com alguém em cadeira de rodas, ou empurrando um carrinho de bebé e se depararem com os degraus.

Tirem a senha para a consulta, vão até ao balcão, peçam para abrir a tal porta de acesso, façam uma voltinha empurrando até à rua lateral, esperem que abram a porta e depois desta ginástica, sempre sorridentes agradeçam por já terem sido capazes de vencer mais uma etapa diária e alguém ter pensado em pessoas como vós.

Tenham um bom dia e… muita saúde!

Rui Canas Gaspar
2016-julho-05

www.troineiro.blogspot.com

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