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sábado, 9 de janeiro de 2016

Não há fome que não dê em fartura!

Num destes dias falando com um amigo que está ou esteve ligado à Comissão de Toponímia do Concelho de Setúbal e questionando-lhe sobre o porquê de ainda não ter sido atribuído o nome de um bem conhecido setubalense a uma rua da nossa cidade dizia-me ele que existiria uma lista com muitos nomes para atribuir e poucas ruas sem designação.

Curiosamente fui dar uma olhadela ao Roteiro do Concelho de Setúbal e constatei que tendo eu nascido na Rua das Oliveiras, em Setúbal, deveria passar a explicar muito bem qual delas, pois que por incrível que pareça existem duas artérias com esse mesmo nome na cidade sadina conforme se pode constatar.

OLIVEIRAS (Rua das) – Começa na Rua Manuel Gonçalves Branco e finda em beco (Quinta da Amizade), Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.

OLIVEIRAS (Rua das) – Começa junto ao nº 60 da Rua José Carlos da Maia e finda na Rua da Brasileira (Bairro Troino/Fonte Nova), União das Freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça), anterior Freguesia de Nossa Senhora da Anunciada.

Falta de imaginação ou descuido? Não sou capaz de responder, apenas sei que nasci na Rua das Oliveiras quando a outra homónima ainda não passava de uma zona rural bem afastada do meu Bairro de Troino.

Também verifiquei que, por exemplo, o nome do Dr. Garcia Peres está atribuído a uma, Rua, um Beco e um Largo, claro que nada tenho contra o notável senhor, mas lá que acho que são artérias a mais com o nome da mesma pessoa, na mesma cidade, lá isso acho…

Mas, voltando à Rua das Oliveiras, então se não faz mal termos duas ruas na mesma cidade com o mesmo nome sugiro que se atribua a um largo (sem qualquer denominação) situado algures na Quinta Alves da Silva a designação de Largo de Bocage porque mais um, ou menos um, não tem importância, ou será que tem?

Já agora, é bom saber que no largo a que me refiro e que não tem qualquer designação existe aquela que foi a oficina/fábrica (com um vasto espólio oficinal e documental) de um bem conhecido setubalense, Francisco Augusto Finura, cujo nome por acaso não consegui vislumbrar no Roteiro do Concelho de Setúbal. Porque será?

Já me disseram que esta questão da toponímia é algo complicado e que a dita comissão funciona de uma maneira algo estranha. Pelos vistos a coisa não está fácil e deve ser mesmo muito difícil conseguirem-se nomes de ilustres setubalenses que se destacaram nas mais diversas atividades?

Se Francisco Finura fosse vivo ele trataria de arranjar uma rápida solução para este problema, tal como arranjou para tantos outros que se colocaram a inúmeros setubalenses a quem ele talentosamente prestou os seus serviços, mas como já faleceu resta-nos a sua memória que curiosamente ainda não consta no roteiro toponímico do concelho do seu nascimento.

Rui Canas Gaspar

09-janeiro-2016

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