Não há fome que não dê em
fartura!
Num
destes dias falando com um amigo que está ou esteve ligado à Comissão de Toponímia
do Concelho de Setúbal e questionando-lhe sobre o porquê de ainda não ter sido atribuído
o nome de um bem conhecido setubalense a uma rua da nossa cidade dizia-me ele
que existiria uma lista com muitos nomes para atribuir e poucas ruas sem
designação.
Curiosamente
fui dar uma olhadela ao Roteiro do Concelho de Setúbal e constatei que tendo eu
nascido na Rua das Oliveiras, em Setúbal, deveria passar a explicar muito bem
qual delas, pois que por incrível que pareça existem duas artérias com esse
mesmo nome na cidade sadina conforme se pode constatar.
OLIVEIRAS
(Rua das) – Começa na Rua Manuel Gonçalves Branco e finda em beco (Quinta da
Amizade), Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.
OLIVEIRAS
(Rua das) – Começa junto ao nº 60 da Rua José Carlos da Maia e finda na Rua da
Brasileira (Bairro Troino/Fonte Nova), União das Freguesias de Setúbal (São
Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça), anterior Freguesia
de Nossa Senhora da Anunciada.
Falta
de imaginação ou descuido? Não sou capaz de responder, apenas sei que nasci na
Rua das Oliveiras quando a outra homónima ainda não passava de uma zona rural bem
afastada do meu Bairro de Troino.
Também
verifiquei que, por exemplo, o nome do Dr. Garcia Peres está atribuído a uma,
Rua, um Beco e um Largo, claro que nada tenho contra o notável senhor, mas lá
que acho que são artérias a mais com o nome da mesma pessoa, na mesma cidade,
lá isso acho…
Mas,
voltando à Rua das Oliveiras, então se não faz mal termos duas ruas na mesma
cidade com o mesmo nome sugiro que se atribua a um largo (sem qualquer
denominação) situado algures na Quinta Alves da Silva a designação de Largo de
Bocage porque mais um, ou menos um, não tem importância, ou será que tem?
Já
agora, é bom saber que no largo a que me refiro e que não tem qualquer
designação existe aquela que foi a oficina/fábrica (com um vasto espólio
oficinal e documental) de um bem conhecido setubalense, Francisco Augusto
Finura, cujo nome por acaso não consegui vislumbrar no Roteiro do Concelho de
Setúbal. Porque será?
Já
me disseram que esta questão da toponímia é algo complicado e que a dita
comissão funciona de uma maneira algo estranha. Pelos vistos a coisa não está
fácil e deve ser mesmo muito difícil conseguirem-se nomes de ilustres
setubalenses que se destacaram nas mais diversas atividades?
Se
Francisco Finura fosse vivo ele trataria de arranjar uma rápida solução para
este problema, tal como arranjou para tantos outros que se colocaram a inúmeros
setubalenses a quem ele talentosamente prestou os seus serviços, mas como já
faleceu resta-nos a sua memória que curiosamente ainda não consta no roteiro
toponímico do concelho do seu nascimento.
Rui
Canas Gaspar
09-janeiro-2016
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