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domingo, 10 de janeiro de 2016

O ENORME disparate já fez dez anos

O Engenheiro José Sócrates, então com responsabilidades estatais na área do Ambiente, chega a Setúbal e dirige-se para o Fórum Municipal Luísa Todi. À sua espera estavam dezoito presidentes de Câmaras Municipais um pouco de todo o país, com projetos POLIS submetidos a apreciação e, o governante veio à cidade sadina precisamente por esse motivo.
Pouco depois da sua chegada, tendo por anfitrião Máta Cáceres, o presidente da Autarquia Sadina a vasta comitiva enceta um pequeno passeio a pé pela Avenida Luísa Todi. Chega À Rua da Saúde, junto ao Quartel dos Bombeiros e volta para o fórum. Foram apreciar parte da zona a ser intervencionada no âmbito daquele programa de melhoramento das cidades.
Nesse dia o professor Máta Cáceres parecia que não cabia nas calças, provavelmente por receber tantos distintos colegas, convidados e governantes e, em pleno palco daquela emblemática sala, tratava de tentar meter a fralda da camisa dentro das calças.
Na Avenida Luísa Todi, um stand mostrava os planos daquilo que se pretendia para Setúbal, no âmbito desse programa que mudaria a face da cidade.
É bom lembrar que muito do que lá estava previsto para a Avenida Luísa Todi não viria a ser concretizado.
Mas, ao que parece a “joia da coroa” para o presidente sadino era mesmo o anfiteatro José Afonso, aquele espaço que alguns gostavam de chamar de “Mini Praça Soni” .
Quando questionado sobre a possibilidade desse projeto não ir para a frente tratou de garantir que “o projeto vai mesmo para a frente” nem que para isso a autarquia “se candidate a financiamentos”.
O projeto foi mesmo para a frente e se não foi o governante socialista que teve a honra de inaugurar a obra, ela coube a Carlos Sousa, comunista da CDU. Melhor dizendo, receber a obra em 4 de novembro de 2005, atendendo a que um espetáculo naquele espaço teria lugar muitos meses depois.
O obra da autoria do Arquiteto Manuel Salgado, custou aos contribuintes 4,3 milhões de euros e os seus 2.500 lugares pouca utilidade têm tido ao longo desta década de vida, porquanto todo o projeto é deficiente quer para quem ali possa atuar quer para quem eventualmente vá assistir a um qualquer espetáculo.
Conhecido pelos setubalenses como “Pórtico da Setenave”, “Mamarracho” ou “Túnel do Vento” o facto é que nenhuma das duas forças políticas que têm vindo a liderar o Concelho de Setúbal, pode lavar as mãos deste enorme disparate, que no passado dia 4 de novembro fez 10 anos.
Salve-se ao menos a monumental pintura feita no alçado poente, “O rapaz dos Pássaros” recriando uma foto do mestre fotografo Américo Ribeiro. O modelo está agora um pouco mais velho do que o menino pintado por Odeith, conforme a foto documenta.
Rui Canas Gaspar
2016-janeiro-10
www.troineiro.blogspot.com


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