O ENORME disparate já fez dez anos
O Engenheiro José Sócrates, então com
responsabilidades estatais na área do Ambiente, chega a Setúbal e dirige-se
para o Fórum Municipal Luísa Todi. À sua espera estavam dezoito presidentes de
Câmaras Municipais um pouco de todo o país, com projetos POLIS submetidos a
apreciação e, o governante veio à cidade sadina precisamente por esse motivo.
Pouco depois da sua chegada, tendo por anfitrião Máta
Cáceres, o presidente da Autarquia Sadina a vasta comitiva enceta um pequeno passeio a pé pela
Avenida Luísa Todi. Chega À Rua da Saúde, junto ao Quartel dos Bombeiros e
volta para o fórum. Foram apreciar parte da zona a ser intervencionada no
âmbito daquele programa de melhoramento das cidades.
Nesse dia o professor Máta Cáceres parecia que não cabia nas
calças, provavelmente por receber tantos distintos colegas, convidados e
governantes e, em pleno palco daquela emblemática sala, tratava de tentar meter
a fralda da camisa dentro das calças.
Na Avenida Luísa Todi, um stand mostrava os planos
daquilo que se pretendia para Setúbal, no âmbito desse programa que mudaria a
face da cidade.
É bom lembrar que muito do que lá estava previsto para
a Avenida Luísa Todi não viria a ser concretizado.
Mas, ao que parece a “joia da coroa” para o presidente
sadino era mesmo o anfiteatro José Afonso, aquele espaço que alguns gostavam de
chamar de “Mini Praça Soni” .
Quando questionado sobre a possibilidade desse projeto
não ir para a frente tratou de garantir que “o projeto vai mesmo para a frente”
nem que para isso a autarquia “se candidate a financiamentos”.
O projeto foi mesmo para a frente e se não foi o
governante socialista que teve a honra de inaugurar a obra, ela coube a Carlos
Sousa, comunista da CDU. Melhor dizendo, receber a obra em 4 de novembro de
2005, atendendo a que um espetáculo naquele espaço teria lugar muitos meses
depois.
O obra da autoria do Arquiteto Manuel Salgado, custou
aos contribuintes 4,3 milhões de euros e os seus 2.500 lugares pouca utilidade
têm tido ao longo desta década de vida, porquanto todo o projeto é deficiente
quer para quem ali possa atuar quer para quem eventualmente vá assistir a um
qualquer espetáculo.
Conhecido pelos setubalenses como “Pórtico da
Setenave”, “Mamarracho” ou “Túnel do Vento” o facto é que nenhuma das duas
forças políticas que têm vindo a liderar o Concelho de Setúbal, pode lavar as
mãos deste enorme disparate, que no passado dia 4 de novembro fez 10 anos.
Salve-se ao menos a monumental pintura feita no alçado
poente, “O rapaz dos Pássaros” recriando uma foto do mestre fotografo Américo
Ribeiro. O modelo está agora um pouco mais velho do que o menino pintado por Odeith,
conforme a foto documenta.
Rui Canas Gaspar
2016-janeiro-10
www.troineiro.blogspot.com
2016-janeiro-10
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