O princípio do fim?
A
vedação que vemos na imagem tem cerca de quatro metros de altura e cobre alguns
quilómetros do perímetro de uma enorme propriedade pública na qual se encontra
inserido o Convento de São Francisco, em Setúbal, um vetusto edifício que se
encontra em avançado estado de degradação.
No
interior desta propriedade o Estado mandou construir um conjunto de edifícios
destinados a alojar algumas centenas de alunos da Casa Pia de Lisboa.
Depois
de grande parte do projeto estar concluído e milhões de euros gastos a
responsável por aquela instituição decidiu que o espaço não era adequado para
aquele estabelecimento pelo que os edifícios concluídos ali ficaram, qual
elefante branco, impondo-se na paisagem.
Não
me vou debruçar sobre esse assunto, mas tão somente pelo que se vê na foto, ou
seja sobre a vedação.
Foram
largos milhares de euros que aqui foram gastos e é do conhecimento público que
tudo o que for metal atrai os amigos do alheio os quais curiosamente conseguem
vender o produto dos seus furtos aparentemente com relativa facilidade.
Reparei
que esta vedação, se mantém miraculosamente intacta, pese embora o facto de uma
das barras já se apresentar como a imagem documenta, o que pode indiciar que
poderemos estar em presença do princípio do fim.
Ainda
que o espaço disponha de segurança privada o facto é que não é fácil patrulhar a
área, atendendo às características e extensão da propriedade, pelo que se impõe
que se proceda a uma rápida reparação desta parte da vedação.
Se
o trabalho não for feito a curto prazo, provavelmente a próxima foto será bem
mais desagradável.
E
temo que assim seja, porque estando a propriedade na alçada do Poder Central e
não da Autarquia isso significa que para colocar uma barra no seu lugar seja
necessário uma informação para o secretário do secretário do Subsecretário de
Estado que por sua vez, oportunamente informará o secretário, o qual dará
instruções ao seu secretário que remeterá um ofício para as oficinas, cujo
diretor informará o chefe de serviços e este blá…blá… blá… e quando o
serralheiro lá chegar boa parte da vedação já era.
E
assim se gastaram milhões de euros numa obra que não serve para nada, se
continua a consumir largos milhares com a manutenção e ainda por cima temos
situações de conservação como esta onde nada se conserva.
Dá
para perceber porque é que embora sejamos mais espremidos que um limão o
dinheiro dos nossos pesados impostos não chega para as despesas?
Um
dos exemplos (MAU) daquilo que afirmo está aqui bem patente em Setúbal neste
empreendimento estatal na quinta do Convento de S. Francisco.
Rui
Canas Gaspar
2016-janeiro-22
www.troineiro.blogspot.com
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