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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O princípio do fim?

A vedação que vemos na imagem tem cerca de quatro metros de altura e cobre alguns quilómetros do perímetro de uma enorme propriedade pública na qual se encontra inserido o Convento de São Francisco, em Setúbal, um vetusto edifício que se encontra em avançado estado de degradação.

No interior desta propriedade o Estado mandou construir um conjunto de edifícios destinados a alojar algumas centenas de alunos da Casa Pia de Lisboa.

Depois de grande parte do projeto estar concluído e milhões de euros gastos a responsável por aquela instituição decidiu que o espaço não era adequado para aquele estabelecimento pelo que os edifícios concluídos ali ficaram, qual elefante branco, impondo-se na paisagem.

Não me vou debruçar sobre esse assunto, mas tão somente pelo que se vê na foto, ou seja sobre a vedação.

Foram largos milhares de euros que aqui foram gastos e é do conhecimento público que tudo o que for metal atrai os amigos do alheio os quais curiosamente conseguem vender o produto dos seus furtos aparentemente com relativa facilidade.

Reparei que esta vedação, se mantém miraculosamente intacta, pese embora o facto de uma das barras já se apresentar como a imagem documenta, o que pode indiciar que poderemos estar em presença do princípio do fim.

Ainda que o espaço disponha de segurança privada o facto é que não é fácil patrulhar a área, atendendo às características e extensão da propriedade, pelo que se impõe que se proceda a uma rápida reparação desta parte da vedação.
Se o trabalho não for feito a curto prazo, provavelmente a próxima foto será bem mais desagradável.

E temo que assim seja, porque estando a propriedade na alçada do Poder Central e não da Autarquia isso significa que para colocar uma barra no seu lugar seja necessário uma informação para o secretário do secretário do Subsecretário de Estado que por sua vez, oportunamente informará o secretário, o qual dará instruções ao seu secretário que remeterá um ofício para as oficinas, cujo diretor informará o chefe de serviços e este blá…blá… blá… e quando o serralheiro lá chegar boa parte da vedação já era.

E assim se gastaram milhões de euros numa obra que não serve para nada, se continua a consumir largos milhares com a manutenção e ainda por cima temos situações de conservação como esta onde nada se conserva.

Dá para perceber porque é que embora sejamos mais espremidos que um limão o dinheiro dos nossos pesados impostos não chega para as despesas?

Um dos exemplos (MAU) daquilo que afirmo está aqui bem patente em Setúbal neste empreendimento estatal na quinta do Convento de S. Francisco.

Rui Canas Gaspar
2016-janeiro-22

www.troineiro.blogspot.com 

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