A vida de Bocage não foi
feita apenas de poesia e anedotas
Bocage
era filho de gente importante. Seu pai José Luís Soares de Barbosa, Bacharel em
Direito pela Universidade de Coimbra, foi juiz de fora, o magistrado nomeado
pelo rei de Portugal para atuar em concelhos onde era necessária a presença de
um juiz imparcial e que ali habitualmente não residisse.
A
mãe, D. Mariana Joaquina Xavier L´Hedois Lustoff du Bocage era filha do
Almirante francês Gil Hedois du Bocage que em 1704 chegara a Lisboa com o
objetivo de reorganizar a Marinha de Guerra Portuguesa.
Embora
nascido de boa família Bocage não teve uma vida nada fácil, pode-se até
considerar que teve infância infeliz.
Quando
era uma criança de apenas seis anos de idade, seu pai foi preso tendo estado
encarcerado no Limoeiro por igual período de tempo. Pouco tempo passado, quando
contava 10 anos e o pai ainda se encontrava na prisão, a tragédia abater-se-ia
de novo sobre este menino devido ao falecimento de sua mãe.
Mal
acabou de fazer os 16 anos alistou-se como voluntário no Exército tendo servido
no antigo regimento de Setúbal, onde permaneceu por dois anos até 15 de
setembro de 1783. Nessa altura este jovem setubalense tornou-se um homem do mar
ao ser admitido na Academia Real dos Guardas-Marinha, antecessora da Escola
Naval, onde fez estudos para guarda-marinha.
O
rapaz deve ter tido pouca paciência para assimilar a teoria náutica e ainda
antes de finalizar o curso veio embora. Mesmo assim, acabou por ser nomeado
para esse posto pela rainha D. Maria I.
Em
plena juventude, quando contava apenas 18 anos, já a sua fama como poeta e
versejador corria por Lisboa.
A
vida de Bocage não foi feita só de poesia e anedotas, foi trabalhosa e bem
difícil como podemos constatar se nos debruçarmos um pouco sobre este tema.
Rui Canas Gaspar
2014-julho-14
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