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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Na Arrábida há uma pequena fortuna ao ar livre

Com a criação do Parque Natural da Arrábida, em 1976, foram encerradas algumas explorações da belíssima e rara Brecha da Arrábida, também conhecida vulgarmente por “Brecha de Portugal” ou “Mármore da Arrábida”.

Este pedra de rara beleza foi outrora empregue nas mais diversas obras de arte, destacando-se o convento de Jesus em Setúbal, com as suas colunas torcidas, tal como a sua pia batismal. Igualmente poderemos observar esta brecha, em toda a sua beleza, aplicada artisticamente no salão nobre da Câmara Municipal de Setúbal, de entre outros locais.

Com a cessão da sua exploração, este raro material tornou-se ainda mais caro, sendo utilizado normalmente pela autarquia sadina em placas alusivas,  normalmente relacionadas com inauguração de obras.

Há quase 40 anos que a Pedreira do Jaspe deixou de laborar no alto do monte do mesmo nome, onde se pode apreciar uma panorâmica deslumbrante focando-se a nossa atenção particularmente no imenso Oceano Atlântico e sobre a Serra do Risco, qual onda petrificada sobre o vasto mar a seus pés.

E é precisamente aqui, ao lado da desativada pedreira, que vamos encontrar vários blocos de pedra já cortada, que estimamos possam ter na ordem dos 150 M3 e que não foi retirada atempadamente deste local.

Valem de facto uma pequena fortuna estes blocos de pedra cortada de excelente qualidade, prontos a carregar para a serração que os transformará em chapas e os polirá de forma a ressaltar toda a ímpar beleza deste material que poderá vir a ter as mais diversas utilizações.

Não sei a quem poderá pertencer este património, presumindo que o mesmo seja propriedade do Estado Português, na pessoa do Parque Natural da Arrábida.

O que sei é que o mesmo ali se encontra há cerca de 40 anos pronto a utilizar, podendo ser comercializado e o dinheiro reverter para a criação ou manutenção de espaços públicos, nomeadamente caminhos e miradouros desta Serra da Arrábida, uma das belezas deste nosso Portugal, tão rico e tão parcamente aproveitado.

Rui Canas Gaspar
2014-julho-16


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