Américo Ribeiro o homem que
fotografou Setúbal
Américo
Augusto Ribeiro nasceu em Setúbal no primeiro dia de janeiro de 1906 e viria a
falecer em 10 de julho de 1992.
São
muitos os setubalenses que recordam este homem de olhar vivo, passo apressado e
cabelo ondulado sempre de máquina fotográfica em punho pronto a disparar sobre
tudo e sobre todos.
Foi
assim que durante 65 anos captou o pulsar de uma região como poucos alguma vez
o fizeram, tornando-se conhecido dos seus concidadãos desde que em 1922 expôs
os seus trabalhos fotográficos na montra de Alberto Sartoris, o proprietário de
um estúdio fotográfico setubalense.
No
ano em que Henry Ford, lá longe, nos Estados Unidos via sair da sua fábrica o
décimo milionésimo carro “Modelo T”, no outro lado do Atlântico, em Portugal,
Américo Ribeiro não adquiria uma destas viaturas mas sim a sua primeira máquina
fotográfica, disponibilizando para isso a substancial quantia de 60 escudos.
O
fotógrafo cobria todos os acontecimentos na cidade, dos fenómenos
meteorológicos aos acontecimentos desportivos, dos eventos sociais aos
culturais.
Nas
procissões religiosas lá o podíamos ver a captar imagens um pouco de tudo e
todos; dos anjinhos aos escuteiros, do povo que seguia na cauda às autoridades
civis e religiosas que sob o palio desfilavam.
O
seu apurado sentido de repórter, levava-o a não perder tempo e, quando a
procissão terminava, eram muitos aqueles que corriam logo para o Largo da
Conceição para poder apreciar na monta da Foto Cetóbriga, o seu estabelecimento
fotográfico, as imagens captadas poucos minutos antes.
Era
então altura dos mais abonados comprarem um exemplar da foto onde se viam
retratados e eu não fugi à regra, ora fardado de escuteiro ou como centurião da
legião romana que nos idos anos 60 desfilou num dos celebérrimos carnavais de
Setúbal.
Rui Canas Gaspar
2014-julho-24
www.troineiro.blogspot.com
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