Obras necessárias não
devem conduzir a alterações desnecessárias
Sempre
gostei muito e aprendi alguma coisa com as chamadas frases célebres ou
inspiradoras. Uma delas, atribuída a Montesquieu não me canso de repetir,
porque a acho por demais importante especialmente para quem exerce cargos
governativos ou para quem desempenha funções de direção ou chefia. Disse certo
dia este grande homem: “Para se fazerem grandes coisas não é necessário
estar-se acima dos homens, mas sim entre eles”.
Se
Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, outro mérito
não tem, este, por aquilo que tenho observado não lhe nego e exemplo do que
acabo de dizer é o facto de na quinta-feira, dia 10, ao final da tarde envergar
as calças do fato de treino e as sapatilhas, juntando-se às centenas de
setubalenses e com eles conviver, fazendo a caminhada entre a Praça do Bocage e o Forte de São
Filipe.
O
mesmo se tem passado em grandes e pequenas ações onde a vimos entre o povo e
não no “poleiro” onde muitos governantes, alguns bem incompetentes, por sinal,
teimam em não descer, esquecendo-se que só são “importantes” enquanto lhes
dermos essa importância.
É
claro que todos também sabemos que não se coloca ou retira um prego nesta
cidade sem que a presidente saiba e autorize, como tal, o que se faz de bem ou
de mal facilmente a ela é atribuída a responsabilidade ou o mérito.
Considero
que muito de bom esta senhora tem feito pela minha cidade, enquanto presidente
da Autarquia, é claro que algumas outras coisas dispensaria pela certa.
Aquela
que agora me aflige, tal como a muitos setubalenses, é de facto as alterações preconizadas
para as vias rodoviárias existentes entre a Avenida da Guiné Bissau e a Alexandre Herculano, que considero,
tal como muitos utentes e moradores
desta zona uma autentica aberração.
Não
sou do tipo de criticar por criticar, muito menos tenho a pretensão de ser
senhor da razão, mas enquanto utente frequente destas vias não posso de forma
nenhuma concordar com uma obra que a ser concretizada vai prejudicar em vez de
beneficiar, reduzindo as atuais vias de circulação automóvel de 4 para 2,
quando o trânsito automóvel está cada vez menos fluído.
Tudo
o mais anunciado para ser concretizado naquelas artérias pode muito bem ser feito sem
ser à custa da redução das faixas rodoviárias porque ali existe espaço
suficiente para o fazer.
E
porque a senhora presidente é uma mulher que gosta, e bem, de governar entre o
povo, sugiro que veja com seus próprios olhos o que se está a fazer nestas
artérias da cidade, que podem até ficar mais bonitas, mas que não deixam de
ficar muito menos funcionais e potenciadoras de caos automobilístico, com o
consequente buzinão diário e um ainda maior numero de acidentes que aqueles que
acontecem semanalmente na rotunda do Vitória.
Enquanto
é tempo é que temos de arrepiar caminho, porque depois, para corrigir o
disparate as despesas serão maiores e provavelmente a carteira dos contribuintes
estará bem mais leve, quando é sabido que obras necessárias não devem conduzir
a alterações desnecessárias.
Rui
Canas Gaspar
2014-julho-12
www.troineiro.blogspot.com
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