Coisas de Setúbal
A Bataria de Milregos
Já
o palácio da Comenda se encontrava concluído e habitado quando em 1916 no
âmbito da Primeira Grande Guerra o Estado ordenou a edificação da Bataria de
Milregos, construção situada na margem esquerda da Ribeira da Ajuda, em
terrenos da Herdade da Comenda.
A
construção desta bataria deveria decorrer em simultâneo com a do Casalinho,
localizada um pouco a oeste do forte de São Filipe, ficando a de Milregos
sensivelmente a meia distância, entre Fortes de Albarquel e do Outão.
O
Conde Armand foi então notificado da pretensão do Estado português tendo concordado
com a expropriação, estabelecendo-se o valor da transação em 1.766$50 verba que
foi acertada entre o delegado do Exército e o feitor da referida propriedade.
Em
1919 a construção da bataria de Milregos seria interrompida quando contava
apenas com um bloco edificado, numa zona escavada para o efeito, bem como a
estrada empedrada de acesso, ligando as instalações militares à via principal.
A
Bataria do Casalinho seria concluída e viria a ser equipada com seis potentes
peças Krupp de 280mm vindo somente a ser desativada em 1962.
Em
abril de 1919 faleceria o Conde Armand, Abel Henri George. A Herdade da Comenda
passaria para a posse dos seus herdeiros, a viúva Françoise de Brantes e seus
cinco filhos.
Corria
o ano de 1928 quando o Estado e a parte expropriada chegaram a novo acordo
materializado na entrega por parte do Exército dos terrenos ocupados na Comenda
devolvendo o proprietário verba igual à que tinha recebido aquando da
expropriação, uma dezena de anos antes.
Rui
Canas Gaspar
2015-março-07
www.troineiro.blogspot.com
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