A Praia da Figueirinha é uma
autêntica arca do tesouro
São
nove horas da manhã, a temperatura está agradável devendo subir durante o dia acima
dos trinta graus. No mar ainda é visível alguma neblina matinal o que ajuda o
ambiente a não estar desagradavelmente quente.
Olhando
para o amplo areal podemos constatar que por ali operou uma potente máquina de
modo a deixá-lo completamente limpo. Uma brigada de trabalhadores completam a
tarefa de limpeza levando os sacões
dispersos pela praia com o lixo e colocando novos para fazer a recolha diária.
Logo
à entrada do areal ainda podemos constatar a existência de um suporte com
dezenas de cinzeiros. Os fumadores conscientes poderão levar um deles para
junto de si e ali recolher a cinza e a ponta do cigarro de forma a que não
sirva de elemento poluidor ao areal.
Uma
longa fila de autocarros e carrinhas das mais diversas escolas e colégios da
região de Setúbal alinham-se e vão desembarcando ordeiramente milhares de
crianças enquadradas por diligentes professoras, monitoras e auxiliares.
Quase
todas estas crianças transportam a sua própria mochila com o lanche e trazem na
cabecinha um colorido chapéu que ajuda a diferenciar e a ser mais fácil de
identificar o grupo a que pertencem.
A
Guarda Nacional Republicana, esta nesta quarta-feira a operar em duas frentes,
por um lado na organização do trânsito, por outro encontra-se também a
fiscalizar as condições de segurança dos autocarros que estão a fazer o
transporte das crianças.
Na
Praia da Figueirinha, em pleno Parque Natural da Arrábida, podemos ver arvorada
a bandeira azul, símbolo da excelência deste espaço que diariamente recebe
nesta época do ano o que qualquer país tem de melhor, as suas crianças.
Este
é o nosso maior tesouro e dá gosto podermos observar aqui, discretamente, como as
crianças são bem tratadas por aquelas profissionais e voluntárias que as
acompanham proporcionando-lhes uma manhã de sol e mar, outra das grandes
riquezas de Portugal.
Sem
dúvida que este é o investimento prioritário que se deveria fazer no nosso país,
o investimento nas famílias, de forma a que pudéssemos proporcionar-lhes os
meios para se desenvolverem harmoniosamente e com a necessária qualidade de
vida.
Não
deixa de ser emocionante verificar ali, na Praia da Figueirinha, a alegria
daquelas milhares de crianças, como não deixa de ser preocupante sabermos que
Portugal que há alguns anos foi considerada a reserva demográfica da Europa
está a ficar um país envelhecido porque os seus governantes tem descurado o efetivo
apoio às famílias, a célula base de qualquer sociedade.
Por
esse facto o consequente deficit de nascimentos, empobreceu esta que é a mais
antiga nação europeia, cuja riqueza não está nos euros que tem, nas
autoestradas que dispõe ou em outro qualquer indicador económico mas sim nas suas
crianças e naturalmente nas suas famílias.
Rui Canas Gaspar
2015-julho-15
www.troineiro.blogspot.com
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