Continuamos a ter “Pão e
circo”
Para
que os antigos políticos romanos pudessem governar de forma mais ou menos
tranquila, neutralizando a insatisfação popular, tratavam de distribuir comida
gratuitamente e promover espetáculos onde nada se pagava para assistir, assim o
povo ficava entretido e não se amotinava. Daí ter chegado até aos nossos dias a
célebre frase: “pão e circo”.
Alguns séculos depois o conhecido
cantor José Afonso alertava para esta situação que se vinha e vem protelando ao
longo dos tempos, de forma mais ou menos idêntica, tendo então popularizado a
canção “O que faz falta”.
A canção de intervenção foi interpretada
pela primeira vez antes da revolução de 25 de abril de 1974 para um grupo de
trabalhadores em protesto contra o lock-out promovido pelo patrão de uma
fábrica.
Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
Nos nossos dias, suportando uma
tremenda crise como nunca antes experimentara, o povo português vai-se mantendo
calmo e sereno, a despeito da tremenda pressão económico/psicológica a que tem
vindo a ser submetido.
Isto deve-se em parte também a esta
velha política de “pão e circo” e embora o pão cada vez seja menos o circo não
diminuiu a quantidade de números que nos vai apresentando.
E para que não venha depois dizer que
não sabia, que ficou em casa a ouvir as tristes notícias televisivas e depois foi
gastar mais algum dinheiro na farmácia em antidepressivos, saiba que este fim
de semana, em Setúbal, a festa contínua para todos os gostos e todas as bolsas,
pelo que recomendo consultem o guia da cidade e os anúncios já divulgados pela
internet.
Quero porém destacar que o ponto alto deste
final de semana terá lugar no sábado dia 18 quando mais de 600 foliões
desfilarem pela Avenida Luísa Todi, transformada num sambódromo. Não será o “Carnaval
de Verão” porque carnaval em Portugal é no Inverno mas, será sim, o “Samba na
Avenida” que ocorrerá a partir das 22,00 horas e com acesso gratuito.
Aqui não se segue a política romana,
pelo menos no referente ao pão, que também lá o há quentinho e com chouriço a
par de outras iguarias disponibilizadas nos stands da “feirinha”
instalada no Largo José Afonso. Mas, quanto ao “circo” garantimos que terá
elenco de luxo e naturalmente gratuito.
Bem, para não me alongar mais
desejo-vos com samba ou com fado, que tenham um bom fim-de-semana e não se
esqueçam do que dizia o saudoso Raúl Solnado: “Façam o favor de ser felizes”.
Abreijos
Rui Canas Gaspar
2015-julho-17
www.troineiro.blogspot.com
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