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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Parabéns para o mais antigo jornal continental português

Faz hoje, dia primeiro de julho de 2015, 160 anos que nasceu “O SETUBALENSE” aquele que é atualmente o mais antigo título da imprensa continental portuguesa e a quem endereço os parabéns e votos de longa vida.

Este é um jornal que faz parte de Setúbal e tal como minha falecida mãe, que era sua leitora habitual, também eu lhe sigo as pegadas, tanto mais porque foi nas suas páginas que há cerca de meio século publiquei o meu primeiro artigo de opinião quando ainda era um jovenzinho.

Em jeito de oferta de aniversário partilho aqui um pouco do que escrevi sobre este periódico e que publiquei no livro “SETÚBAL Gente do Rio Homens do Mar”.
 “Foi no dia 15 de março de 1817 que nasceu numa casa da Rua da Praia, em Setúbal, um bebé a quem foi colocado o nome de João Carlos de Almeida Carvalho. A criança desenvolveu-se, cresceu, fez-se homem e notabilizou-se nesta terra setubalense onde esteve entre os vivos durante oitenta anos.

Corria o ano de 1855, ainda Setúbal não tinha sido elevada à categoria de cidade, contava então Almeida de Carvalho 38 anos de idade e era formado em Direito. Reconhecendo a necessidade de haver na sua terra um órgão informativo escrito, decidiu avançar com o projeto de criação de um jornal.

Se bem pensou melhor o fez e, o primeiro jornal seria editado no dia um de julho. Uma semana antes fora colocada à venda na Feira de Santiago a saborosa Bolacha Piedade e quatro meses depois nasceria o Clube Setubalense o qual teria sido impulsionado também por este amante das coisas de Setúbal.
 
O SETUBALENSE era muito rudimentar, tratava-se de uma folha periódica, noticiosa e de edição semanal. No entanto, ele começou a circular muito antes dos grandes jornais da capital, nomeadamente do Diário de Notícias (1864) e de O SÉCULO (1880).

A redação do jornal sadino era composta pelo editor João Carlos de Almeida Carvalho e pelos colaboradores António Rodrigues Manitto, José Sérgio Capeto Barradas, José Groot Pombo e J. Ramos Coelho. O jornal impunha-se como uma voz de vanguarda e de progresso afirmando-se como sendo de âmbito regional e nacional.

Com periodicidade bissemanal começou por ser impresso numa antiga tipografia adquirida por Almeida de Carvalho e a sua redação ficou então sedeada noutro espaço, nos números 27 e 28 da Rua do Romeu.

A mesma tipografia onde o jornal era impresso daria à luz todos os exemplares do jornal, até que em 27 de dezembro de 1857 chegasse ao fim a primeira fase de vida com a saída da 131ª edição.”

Altos e baixos se lhe sucederam interrupções também e pressões de toda a ordem devido aos diversos momentos políticos que atravessou. Uma vida repleta de acontecimentos e a noticiar as coisas de Setúbal.

Rui Canas Gaspar
2015-julho-01

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